Formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) em 2004, Ana Cláudia Valério é apaixonada pela escrita, livros e impressos. Atualmente é editora de um veículo de comunicação tradicional de Medianeira, o Jornal Mensageiro, que é de sua família e levou o jornalismo a sempre estar em sua vida. Além de ser mestre em educação, também já deu aulas nos cursos de jornalismo e publicidade. Ela vem de uma época em que o curso era muito diferente, quando máquinas de escrever no laboratório de rádio ou editar vídeos de forma linear em TV eram parte da rotina acadêmica.
Sua trajetória foi tímida, pois segundo ela, não tinha tanto interesse por áreas que desconhecia, tinha afinidade com o impresso e rejeitava televisão, mas foi se encontrando ao longo do curso, tanto que seu primeiro trabalho foi como assessora em TV. Tempos depois acabou indo para o impresso, mas sempre se encantou com a possibilidade de trabalhar com o jornalismo literário e com a profundidade que só o impresso traz.
Ao relembrar a graduação, destaca que sempre gostou mais das disciplinas teóricas, como teorias da comunicação, matéria na qual chegou a dar aulas. Mas além dos aprendizados, relata também as limitações, por exemplo, a disciplina de Assessoria de Imprensa tinha pouco espaço na grade curricular, segundo ela, é uma área muito legal, que hoje tem crescido bastante. O estágio ainda não era obrigatório, o audiovisual era pouco praticado e para aprender a diagramar, era somente através dos projetos de extensão. Mesmo assim, viveu boas experiências, ganhou o segundo lugar do prêmio Sangue Novo em jornalismo com o jornal impresso Dando Corda.
Entre as lembranças de momentos que marcaram a graduação, está uma manifestação. Na época não tinham redes sociais, não tinham grupos de conversas para avisos, era tudo via e-mail. A turma combinou de fazer um panelaço, onde todos deveriam ir vestidos de preto, mas Ana chegou vestida de branco, pois não sabia do combinado. “Foi engraçado, eu lembro que todo mundo olhou para mim e disse, cara estamos todos de preto em protesto e você de branco. Pensa, um curso de comunicação que faltou comunicação”, brinca.
Depois de 20 anos desde a formatura, Ana Cláudia afirma que o curso lhe proporcionou uma formação como pessoa. “Um curso que me fez entender a realidade que me cerca. Isso é o principal, porque você consegue executar a prática a partir das condições que a graduação dá”. Ela reforça que uma das dificuldades durante o curso , foi a de entender a dimensão da responsabilidade que a profissão carrega. O fazer jornalismo vai muito além de escrever um texto, entrevistar uma pessoa ou tirar uma foto. A fotografia, por exemplo, guarda um momento. A escolha por essa formação, teve a justificativa de que o jornalismo é uma forma de transformar realidades, ao mesmo tempo que consegue mudar a vida das pessoas. “Temos uma responsabilidade muito grande em relação ao que escrevemos. E acho que esse poder de transformação real através das palavras nenhuma profissão teria condições de fazer”.
Por fim, aconselha os futuros jornalistas a se dedicarem à profissão, pois ter um diploma faz muita diferença. “O jornalismo é essencial para a democracia. Para manter o respeito em relação à sociedade, às pessoas, à fonte. O cuidado com as histórias que são contadas. O essencial são as pessoas e as histórias”.
Produção: Isabele Machado
Edição e revisão: Giovana Guarneri, João Ricardo Fogaça e Rafaela Tzaskos
Supervisão: Aline Rosso e Kevin Kossar
