Entre rádio, projetos e amizades, Yara Vasku construiu sua história no jornalismo

Yara Maria Vasku, da 4º turma de Jornalismo da UEPG, hoje é coordenadora de comunicação em Salvador. Foto: Yara Maria Vasku

No estúdio de radiojornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no fim dos anos 1980, que Yara Maria Vasku se encantou pelo som. As aulas com microfones e gravadores marcaram sua formação. Ali, ao lado de outra colega, nasceu o Programa das cumades, uma criação paralela que ocupava as horas livres. Era apenas um exercício lúdico, mas representava a forma como vivia a universidade: dedicada às disciplinas e, ao mesmo tempo, deixava a criatividade ultrapassar as paredes da sala de aula. 

Yara ingressou no curso de Jornalismo da UEPG em 1988, com apenas 17 anos. “Entrei verde, verde de tudo”, lembra. Logo após se formar, viajou para Salvador a passeio, mas acabou encontrando um emprego. Desde então, vive na capital baiana, onde hoje, aos 54 anos, atua na coordenação  de comunicação empresarial, reunindo jornalismo, relações públicas, marketing, redes sociais e design. A trajetória universitária foi intensa. Além das aulas, ela se envolveu em atividades culturais e políticas. Produzia fanzines, organizava festas no campus e participava de manifestações estudantis. Entre as reivindicações, estavam melhorias no restaurante universitário e eleições mais democráticas para reitor. Essas vivências  mostraram que a universidade era também  espaço de ação, coletividade e amizade.

Durante a graduação, Yara participou ativamente do movimento estudantil. Foto: Yara Maria Vasku

As memórias também passam pelas disciplinas que mais gostava, entre elas, História da Arte, Cinema, Fotojornalismo e, claro, Rádio. Yara ainda recorda a experiência de fotografar na câmera escura, as discussões em Teoria da Comunicação e o encantamento com a possibilidade de contar histórias em diferentes formatos. Havia matérias que não lhe despertavam tanto entusiasmo. No fim, a graduação formou uma base ampla e sólida, que unia teoria e prática e preparou Yara para se descobrir e se afirmar como jornalista.

Entre os projetos, um dos mais marcantes foi o trabalho de conclusão de curso. Com outras duas colegas, criou o Asa da Palavra, que resultou em um jornal feito por crianças, para crianças, batizado por elas mesmas como “O Autêntico”. A iniciativa inovadora rendeu o primeiro 10 da história do curso e até reportagem na TV. “É um instrumento pedagógico muito incrível. Acredito nesse projeto até hoje”, afirma, com o sonho de retomá-lo. 

Na época em que entrou na universidade, Yara não tinha clareza sobre a área que seguiria, mas o amor pela comunicação era claro. Chegou a cogitar Publicidade, mas encontrou no Jornalismo a sua vocação. Após se formar, trabalhou como repórter, editora e em agências de comunicação, acumulando experiência em redações e assessorias. Atualmente, ao coordenar equipes e projetos, reconhece  que o curso lhe deu a responsabilidade necessária para liderar diferentes frentes.

Yara integrou a 4º turma de Jornalismo, lembrada pelas experiências conjuntas e pelo espírito de união. Foto: Yara Maria Vasku

Para ela, o maior legado da graduação foi a habilidade de se comunicar. “O jornalismo me deu ferramentas para exercer aquilo que eu já gostava”, ressalta. Mais do que técnicas, aprendeu a transformar curiosidade em método: ouvir histórias e convertê-las em narrativas.

O que permanece, no entanto, são as pessoas. Muitos amigos daquela época seguem presentes, mesmo com a distância entre Paraná e Bahia. A jovem que chegou “verde de tudo” se tornou a  profissional que hoje transita com desenvoltura no mercado da comunicação. Entre as páginas de fanzines, as lembranças de um estúdio de rádio e os encontros que a vida lhe proporcionou, Yara Maria Vasku construiu uma trajetória marcada por inquietação e criatividade, para transformar experiências em histórias, e histórias em caminhos.

Entre aulas e projetos, Yara construiu amizades duradouras que marcaram sua trajetória no curso. Foto: Yara Maria Vasku

 

Ficha técnica

Produção: Eduarda Gomes

Edição: Emanuely de Almeida 

Revisão: Eloise da Silva e Fernanda Matos

Supervisão de produção: Aline Rosso

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Kossar

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