Os perigos escondidos nos lanches gigantes

Refeições gigantes são uma possível alternativa para famílias economizarem

Um sanduíche de dezenove quilos era o “X-Desafio” produzido por uma lanchonete pioneira na produção de lanches gigantes em 2003.  A porção era suficiente para alimentar 25 adultos. Conhecidos também como XGG, eles se tornaram febre na cidade de Ponta Grossa durante os últimos anos. Porém, por trás de tantas camadas de queijo, carne, molhos e ingredientes esconde-se os riscos de levar a problemas de saúde alimentar como obesidade, colesterol alto, hipertensão e outras diversas doenças.

“O X Desafio foi o primeiro sanduíche gigante em Ponta Grossa”, conta Vanderlei Baldão, empresário na área de alimentos. Segundo ele, na época foi um sucesso. Muitos iam com familiares e amigos ao seu restaurante apenas para pedir um desses gigantes. Mas logo a ideia foi copiada e outros sanduíches de tamanho XGG acabaram surgindo na cidade. O empresário conta que hoje são poucos pedidos, mas mantém a tradição com alguns sanduíches especiais.

Também esses lanches são uma opção para uma família economizar, pois um sanduíche conforme seu tamanho pode alimentar três pessoas. Nos próprios aplicativos de  fast food os estabelecimentos locais utilizam a opção de fazer combos com lanches gigantes e em sua descrição está explicando quantas pessoas podem se sustentar com aquele lanche. Segundo o Instituto Food Service Brasil (IFB) o consumo de fast food em 2025 alcançou cerca de  6,25%, os preços variam entre R$ 74,90 a R$ 139,90, conforme o recheio.

De fato, um sanduíche de fast food não é proibido pelos profissionais da saúde, porém o consumo exagerado deles pode ser o estopim para problemas de saúde, explica a nutricionista Gabriela Ribeiro Seixas.  Por sua vez, a nutricionista Fernanda Mattos lembra que alimentos em tamanho descomunal são uma jogada de marketing, visando aumentar o consumo.

Um sanduíche gigante atrai a atenção do consumidor, que fica curioso em saber como é e isso desencadeia uma alimentação exagerada. As nutricionistas concordam que o melhor é manter uma alimentação equilibrada. Ocasionalmente podem ser feitos alguns exageros, mas com moderação e sabedoria. Elas lembram que se alimentar muitas vezes com esse tipo de comida pode gerar problemas gástricos, obesidade e outros.

Indicado para 4 pessoas, o lanche, pode alimentar até o dobro.

Minha experiência

Não poderia falar sem experimentar. Num sábado, a família reunida – eu, esposa, filha e neto – fizemos uma enquete e optamos por pedir um X Calota Frango com Catupiry ao custo de R$ 84,90, mais R$ 10,00 de taxa de entrega. O pedido foi feito via site e a promessa era de que chegaria em até 70 minutos. O motoboy chegou cerca de 30 minutos depois, um atendimento muito rápido.

A curiosidade era saber quanto pesava o sanduíche. Na balança de cozinha, nada profissional, o mostrador apontou dois quilos e trezentos gramas, com a embalagem parecida às de pizza. Aberta, mostrou um sanduíche que ocupava todo o espaço disponível.

Optamos por cortar em quatro partes, mas logo descobrimos que não conseguiríamos comer tanto. E os pedaços foram cortados pela metade. No prato, optamos por comer com garfo e faca, pois o recheio era composto de uma grande quantidade de cubos de frango que caiam ao segurar com as mãos.

A impressão não foi das melhores. O sanduíche estava mais para frio que para quente – minha casa fica a cerca de um quilômetro da lanchonete – e o sabor era levemente adocicado. O pão tinha uma boa consistência, com uma leve crocância resultado da passagem pela prensa. A alface também manteve sua crocância.

A metade que sobrou foi acondicionada em geladeira e, no dia seguinte, aquecemos os pedaços numa sanduicheira caseira. Bem aquecido, o sanduíche apresentou um sabor melhor e foi mais aceito por todos e, mais uma vez, alimentou toda a família. Ou seja, um X Calota pode servir até 8 pessoas. Em outra ocasião, pretendemos experimentar outro recheio.

Ficha técnica

Produção: Eder Carlos

Edição e publicação: Mariana Krankel, Vinicius Orza e Rafaela Conrado

Supervisão de produção: Carlos Alberto de Souza

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Kossar Furtado

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