Tentativas de golpe financeiro impactam 75 brasileiros por minuto

Jovens entre 18 a 27 anos foram os que mais perderam dinheiro em fraudes

Difícil é imaginar a possibilidade de cair em algum golpe financeiro, mas ainda mais complicado é digerir o fato quando ele acontece. A cada hora, mais de 4,5 mil pessoas são alvo de tentativas de golpes financeiros no Brasil, segundo dados publicados pelo DataFolha em setembro de 2024. Apenas uma mensagem é necessária para cair nas mãos de golpistas e se tornar uma vítima.

Há relatos de que os golpes financeiros surgiram ainda na época dos gregos, mas é complexo dizer exatamente quando isto aconteceu. A verdade é que eles vêm se aprimorando com maior intensidade e se tornando ainda mais comuns com a popularização das mídias sociais.Segundo o Portal Gov.br, os golpes mais recorrentes são: se passar por um funcionário do banco para obter dados bancários da vítima e conseguir efetuar transações; realizar a clonagem de aplicativos de troca de mensagens, como Whatsapp e assim cadastrar a conta da vítima em outros dispositivos e mandar mensagem para os contatos da pessoa pedindo dinheiro; envio de links suspeitos que ao clicar, os dados do usuário são repassados para os criminosos, o Phishing.

Crédito: Mariana Krankel

Existem diversos outros tipos de fraudes, que se tornam cada vez mais difíceis de serem identificados à primeira vista com o avanço da tecnologia. A comerciante Léia da Silva dos Reis foi vítima de links fraudulentos. “Acessaram todas as contas do celular, todos os meus dados, mas não conseguiram debitar nada”, diz. Bancário há 14 anos, Antônio Vanderlei Rosa de Oliveira afirma que qualquer pessoa pode passar por golpes financeiros, mas os criminosos buscam padrões em suas vítimas. “Pessoas mais vulneráveis, que movimentam mais a conta, pagam muitos boletos, ou quem compartilha bastante dados nas redes”, explica o bancário.

Segundo o levantamento da 21º edição da Pesquisa Panorama Político, com 807 pessoas entrevistadas por estado, ao todo, 24% dos brasileiros caíram em golpes digitais e perderam dinheiro em crimes cibernéticos em 2023. Já uma pesquisa realizada pelo NordVPN investigou a situação com 1 mil pessoas entre 18 e 74 anos. Os dados revelam que 38% da parcela de indivíduos entre 18 e 27 anos perderam dinheiro em golpes, seguido de 35% com a faixa etária de 28 a 43 e 60 a 74 anos. A geração Z, nascidos entre 1997 a 2010, foi a mais suscetível às fraudes financeiras.

Crédito: Mariana Krankel

O professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Vinícius Costa relata que mesmo havendo educação financeira, os brasileiros ainda podem ser vítimas desses golpes e existem diversos fatores que levam a isto. “Algumas pessoas caem em golpe por ganância, outras porque não têm conhecimento dos procedimentos e são atraídas, mas na verdade depende muito do tipo de golpe que a pessoa está sofrendo”, esclarece o professor. Ele também ressalta maneiras de se prevenir: “Usar somente os canais oficiais, sempre dar preferência para contatos que você iniciou, buscar ajuda e sempre desconfiar de quem pedir informações confidenciais”.

Caí em um golpe financeiro, e agora?

A vítima de um golpe financeiro deve entrar em contato com o banco que utiliza o mais rápido possível, informar o acontecimento e solicitar a devolução do valor através do Mecanismo Especial de Devolução, o MED. É uma forma de possivelmente conseguir reverter o transtorno, caso o golpe tenha sido feito pelo PIX, conforme informado pelo Banco Central do Brasil. O Serasa orienta as vítimas a reunir provas, registrar um boletim de ocorrência, entrar em contato com o banco e enviar o documento realizado. Caso envolva cartões físicos ou digitais, os bloqueios devem ser realizados de imediato, junto com a contestação das transações e compras desconhecidas.

Ainda seguindo orientações do Serasa, algumas medidas podem ser tomadas para prevenção de golpes. Ativar a autenticação de duas etapas no maior número de aplicativos possível, desconfiar de ofertas suspeitas, criar senhas fortes e não anotá-las no celular, não clicar em links enviados por estranhos ou enviados por email. Nenhuma pessoa está livre e todas as medidas de segurança possíveis são necessárias para não se tornar outra vítima.

Ficha técnica

Produção: Mariana Krankel

Edição e publicação: Rafaela Tzaskos e Yasmin Taques

Supervisão de produção: Hendryo Anderson André

Supervisão de publicação: Aline Rosso e Kevin Kossar Furtado

 

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