NUMAPE atende, em média, 40 mulheres por mês que sofreram violência doméstica e sexual em Ponta Grossa e região. (Foto: acervo NUMAPE)
O atendimento jurídico e psicológico é essencial para mulheres que sofreram violência doméstica e sexual. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) existe o projeto Núcleo Maria da Penha (Numape) que oferece atendimento social, jurídico e psicológico gratuitamente. As vítimas entram em contato com a NUMAPE por iniciativa própria ou são encaminhadas por algum órgão de proteção, por exemplo, a Delegacia da Mulher que faz o encaminhamento até a NUMAPE. Nos atendimentos ocorre a escuta qualitativa, solicitação de medidas protetivas, ações nas Varas de Violência Doméstica e de Família, encaminhamentos sociais, projetos de prevenção e acompanhamento em audiências. Reescrever
Em média a NUMAPE atende 40 mulheres por mês, porém esse número varia por conta da demanda. A extensão de curso da UEPG, Núcleo Maria da Penha, é regulamentada pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior desde 2018.
A assistente social da NUMAPE, Thais Gabriely Aniskievicz explica que os alunos de Direito, Serviço Social e Psicologia preenchem o banco de dados, participam das reuniões de equipe, auxiliam na articulação da rede de apoio, fazem contato com a delegacia da mulher e órgãos de proteção. Os alunos de direito ajudam nos inícios dos processos que precisam ser feitos em cada caso.
A extensionista da NUMAPE do curso de Serviço Social, Kamila Lamoglia, conta que a forma de trazer esses atendimentos gratuitamente auxilia na proteção e segurança das mulheres. “Esses atendimentos são essenciais na vida de uma pessoa que sofreu esse tipo de violência, é mínimo é oferecer essas ações gratuitamente para a mulher conseguir a justiça e ajuda na sua saúde mental para seguir a vida depois desse trauma”.
Kamila que acompanha a assistente social do Numape durante os acolhimentos que ela presta às mulheres, assim a acadêmica observa toda a interação desse atendimento, em seguida ela coleta informações para ajudar na construção do relatório social. Kamilia também explica a função do serviço social dentro do projeto, eles estão habilitados por ordem judicial a ter acesso aos processos de medidas protetivas de urgências da lei Maria da Penha e assim fazem um mapeamento de cada processo para se organizar, coletando os dados da mulher que sofreu violência e também do autor da violência. Ela conta que a função do serviço social dentro do projeto é ver como a situação da vítima está no decorrer do processo, “por exemplo, se tiver descumprimento de medida protetiva a gente faz orientações e encaminha para a parte jurídica e para o atendimento psicológico”.
“Eu me sinto muito bem fazendo parte da Numape, eu acho ele de extrema importância porque ele realmente faz a diferença nas vidas das mulheres que sofreram violência. A companhamos o processo delas, às vezes elas iniciam ele na Numape ou pegamos o processo já em andamento e por final a gente faz parte de ver a finalização deste ciclo da violência. Ver que as vítimas conseguiram sair das situações de violência é muito gratificante “, comenta Kamila Lamoglia.
Os envolvidos neste projeto fazem parte do Departamento de Direito/UEPG, Departamento de Serviço Social/UEPG, Departamento de Psicologia/ UEPG, Rede de Proteção às Mulheres de Ponta Grossa, Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), Unidade do Fundo Gestor do Paraná (UGF), Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (PROEX/ UEPG).
Esta reportagem sobre violência contra a mulher faz parte de uma série que está sendo produzida para a matéria de Produção e Edição de Textos Jornalísticos III. No próximo capítulo, será abordado o não funcionamento da delegacia da mulher em 24 horas.
Ficha técnica
Texto: Giovana Guarneri
Edição e publicação: Gabrieli Mendes, Diego Santana, Julia Almeida e Luiz Cruz
Supervisão de produção: Hendryo André
Supervisão da publicação: Aline Rosso e Kevin Furtado
