Professor do DeJor acompanha posse de jornalista na Academia Paulista de Letras
O professor Ben Hur Demeneck, do Departamento de Jornalismo da UEPG, prestigiou na última quinta-feira (3) em São Paulo cerimônia de posse do jornalista Eugênio Bucci na Academia Paulista de Letras (APL), sob saudação de Celso Lafer, jurista e ex-ministro das Relações Exteriores brasileiro. Bucci passa a ocupar a cadeira de número 12 por méritos como o de ser um dos grandes textos da imprensa brasileira.
O professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP) possui importante colaboração para o jornalismo brasileiro em diferentes frentes – professor, pesquisador e servidor público. É Autor de livros fundamentais na discussão de ética jornalística, comunicação pública e desinformação, tais como os títulos “Sobre ética e imprensa”, “A imprensa e o dever da liberdade”, “Em Brasília 19h”, “O Estado de Narciso” e “Incerteza, um ensaio”, sendo este vencedor do Prêmio Jabuti 2024.
O professor Ben Hur Demeneck foi orientando de Bucci no doutorado, quando desenvolveu e defendeu a tese “Jornalismo transnacional: prática, método e conceito” (2016), estudo pioneiro sobre jornalismo transnacional. À época, Demeneck dividia o orientador com a professora da Universidade Federal do Sergipe, Maíra Bittencourt, atual diretora-geral Empresa Brasil de Comunicação, também presente à cerimônia.
Para Demeneck, a cerimônia tem um peso simbólico de recordar os contemporâneos da relevância do jornalismo na valorização da língua portuguesa e na promoção da leitura e da literatura. “Professor Eugênio é mais que um jornalista, é também um pensador e um artista da palavra”, resume o professor da UEPG sobre a posse na APL como um prêmio por uma trajetória intelectual marcada pelo pensamento crítico e qualidade estética.
ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS
A projeção nacional da Academia Paulista de Letras se explica pelo peso histórico, por ter agregado nomes como Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Sérgio Buarque de Holanda, Lygia Fagundes Telles, Marcos Rey, José Mindlin, Jô Soares e Tatiana Belinky. A APL foi fundada em 27 de novembro de 1909 na cidade de São Paulo, no Largo do Arouche nº 324, tendo por fim a cultura da língua portuguesa e da literatura.
Atualmente, a Academia reúne nomes importantes da cultura, caso dos escritores Ignácio de Loyola Brandão e Ruth Rocha, dos maestros João Carlos Martins e Júlio Medaglia, do músico e compositor Tom Zé, do quadrinista Maurício de Sousa, o ator Juca de Oliveira, dos teledramaturgos Walcyr Carrasco e Maria Adelaide Amaral, do jornalista Jorge Caldeira, da escritora e ativista Djamila Ribeiro e do historiador Leandro Karnal.
Eugênio Bucci atua há 30 anos como colunista em veículos de projeção nacional, como Veja, Época, Folha de S.Paulo, e Jornal do Brasil. No setor público, foi presidente da Radiobrás (atual EBC), entre 2003 e 2007 (no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva). Recebeu o Prêmio Esso em 2013 na categoria Melhor Contribuição à Imprensa (pela Revista de Jornalismo ESPM, que dirigiu em seus quatro primeiros anos) e o Prêmio Excelência Jornalística de La Sociedad Interamericana de Prensa, em 2012.