Integralismo no Paraná e em Ponta Grossa

Integralismo no Paraná e em Ponta Grossa

O integralismo foi um movimento de cunho fascista autoritário, conservador e de extrema direita que surgiu no Brasil na década de 30, idealizado e liderado por Plínio Salgado. Ao criar a Ação Integralista Brasileira, na tentativa de se organizar politicamente, o movimento se expandiu para todo o território brasileiro, não se mantendo apenas no eixo sudeste e possuindo diversos núcleos pelo território nacional, 150 só no Paraná, sendo um destes situado em Ponta Grossa.

Dentre os principais líderes do partido no estado encontram-se o ponta-grossense Brasil Pinheiro Machado e Manoel Vieira Barreto de Alencar, os quais figuravam como membros proeminentes do partido, sendo Vieira de Alencar chefe da Província Paranaense, permanecendo no cargo até a extinção do partido. A cidade escolhida como centro de difusão das ideias integralistas foi justamente Ponta Grossa, onde Pinheiro Machado exerceu liderança nos anos de 1932 e 1933, estando diretamente envolvido com a fundação do núcleo integralista na cidade.

O cargo de Pinheiro Machado passa então para o professor Emmanuel Bittencourt Corrêa e Castro e depois para Estevam Zeve Coimbra. Após o afastamento de Pinheiro Machado da liderança do partido pouco se ouviu dele e seu envolvimento nos círculos integralistas. No ano de 1934 é oficialmente inaugurada a sede integralista na cidade de Ponta Grossa.

Ainda falando em números do Paraná, o estado conseguiu mais de 40 mil adeptos pelo território, com a estimativa de ter eleito 2 prefeitos e cerca de metade das câmaras municipais nos municípios em que disputou. Números surpreendentes para um partido recém fundado como a AIB. A cidade de Teixeira Soares, se torna a primeira a eleger um prefeito integralista de todo o território nacional. Em Ponta Grossa, dos 6 vereadores da câmara, 3 eram integrantes da AIB.

Já no ano de 1935 o partido integralista começa a encontrar dificuldades para se estabelecer no Paraná e nos cargos eleitos, sofrendo repressão dos poderes locais. No ano de 1936, o partido foi banido do território paranaense. Mais tarde, em 1937, durante o Estado Novo, é proscrito em todo o território nacional.

 

Referências

ATHAÍDES, Rafael. A INSTALAÇÃO DA PROVÍNCIA PARANAENSE DA AIB: do “início esquecido” à fundação oficial (1932-1934). In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH, XXVI., 2011, São Paulo. Anais […] . São Paulo, 2011. p. 1-17. Disponível em: https://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1312814552_ARQUIVO_RafaelAthaides-textocompleto.pdf. Acesso em: 07 nov. 2023.

ATHAÍDES, Rafael. O INTEGRALISMO E AS ELEIÇÕES NO PARANÁ NA DÉCADA DE 1930. Trilhas da História, Três Lagoas, v. 11, n. 22, p. 179-195, mar. 2022. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/RevTH/article/view/15472. Acesso em: 06 nov. 2023.

DITZEL, Carmencita de Holleben Mello. MANIFESTAÇÕES AUTORITÁRIAS: o integralismo nos campos gerais (1932-1955). 2004. 297 f. Tese (Doutorado) – Curso de História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

 

Autora: Larissa Jandrey Fraitag

Acadêmica do 3º ano de Licenciatura em História, UEPG. 

Ano: 2023

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