A equipe do Grupo de Pesquisa Interconexões-UEPG se reuniu na última terça-feira, dia 27 de novembro, na Comunidade Caiçara de Guaraguaçu, em Pontal do Paraná, litoral paranaense, para discutir sobre as etapas dos Projetos de Pesquisa e Extensão coordenados pelo Prof. Dr. Nicolas Floriani (Programa de Pós-Graduação em Geografia – UEPG). As três equipes de pesquisa que atuam em diferentes contextos em comunidades tradicionais paranaenses puderam compartilhar experiências e expor as atividades já desenvolvidas e o cronograma para o próximo ano.
As atividades de campo realizadas na comunidade caiçara ao longo da primeira fase do projeto, sob coordenação do Prof. Dr. Márcio Haliski (IFPR), que desenvolveu seu estágio de Pós-Doutoramento sob supervisão do Prof. Nicolas e tendo como recorte espacial a respectiva comunidade inseriram-se no uso de metodologias participativas que resultou em ações concretas, como a reativação da associação de moradores e a construção do selo “Guaraguaçu Caiçara”.
O selo simboliza o resgate da cultura caiçara, a partir da compreensão da comunidade sobre questões de autorreconhecimento, e tem como objetivo caracterizar os produtos e serviços realizados naquela região e organizados a partir de compromissos assumidos, buscando uma nova relação de confiança entre produtores e consumidores e valorizando a cultura local.
O café da dona Conceição, local que sediou o encontro, é um exemplo prático do uso do selo “Guaraguaçu Caiçara”, lá são ofertados serviços de alimentação com a confiança de um produto de qualidade e resgate dos saberes e receitas tradicionais.
Para 2019 a equipe do Prof. Haliski pretende focar suas atividades no turismo de base comunitária com rotas de passeios e camping, assim como alimentação tradicional através do projeto Sabores e Saberes, desenvolvendo receitas típicas.
Na região de Ponta Grossa, as atividades de campo coordenadas pela Profª. Drª. Tanize Tomasi (Pós-doutoranda do PPG-UEPG) e Prof. Doutorando Renato Pereira realizadas ao longo do ano de 2018 proporcionaram uma articulação entre Três comunidades: Sete Saltos de Baixo (faxinal), Palmital dos Pretos (quilombo) e Sete Saltos de Cima (Comunidade rural). Devido à proximidade de seus territórios e relações pessoais entre os sujeitos das comunidades surgiu a proposta de trabalhar em rede.
Portanto a Rede SAPE (Saberes agroecológicos de permanência), como foi batizada, está em processo de estruturação e já conta com a participação de 13 famílias.
Para formalização da rede a comunidade considerou mais interessante se regulamentar via Organização de Controle Social (OCS) que permite a venda direta dos excedentes de produção, sendo que a transição agroecológica, neste caso, pode durar até 4 anos.
Para 2019, o planejamento é dar início a construção das OCS e a transição agroecológica, com atividades de melhoramento dos agroecossistemas, infraestrutura, orientação e capacitação dos agricultores da Rede. Além disso, está previsto a instalação de uma estufa de mudas, um banco de sementes, um minhocário e o plantio de mudas nativas (estas serão cedidas pelo Iap – pela parceria e colaboração da servidora Margit Hauer nas atividades desenvolvidas pelo GP Interconexões) através dos mutirões.
A terceira equipe atua no Projeto de Extensão na estruturação do Selo Faxinalense no município de Rebouças: Faxinal Saltos e Marmeleiro de Baixo. Esse projeto que está em fase inicial aproveitou o encontro para levantar questões sobre identidade e metodologias participativas que fomentem a organização comunitária e a busca por reconhecimento enquanto comunidade tradicional.
O encontro foi encerrado com debates e reflexões sobre os trabalhos já realizados e as perspectivas para as próximas etapas que serão desenvolvidas nas comunidades pelas três equipes do Grupo de Pesquisa Interconexões-UEPG.
Por Fernanda Paes Arruda – Técnica/Engenheira de Alimentos do Projeto de Extensão Selo Faxinalense