A implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) são objetivos do grupo de pesquisa
O Grupo de Pesquisa Interconexões UEPG-CNPq reuniu-se no dia 20 de março com o objetivo de definir os critérios agroflorestais para o plantio de mudas nativas em propriedades envolvidas no projeto de pesquisa “Das Territorialidades Tradicionais às Territorializações da Agroecologia: saberes, práticas e políticas de natureza em comunidades rurais paranaenses”, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e projeto de extensão “Sistema Participativo de Certificação Socioambiental da Agrofloresta Faxinalense: da diferenciação à qualificação dos produtos de comunidades rurais tradicionais do Paraná”, aprovado pela SETI – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através do Programa Universidade Sem Fronteiras, sob a coordenação do prof. Dr. Nicolas Floriani (UEPG).
A implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) em propriedades das comunidades rurais e tradicionais de Sete Saltos de Cima (Itaiacoca – Ponta Grossa-PR) e Palmital dos Pretos (Campo Largo-PR) foi definida a partir do levantamento de campo realizado em 2018 e está contida no projeto de organização de controle social denominado Rede Sape (Saberes Agroecológicos de Permanência), coordenado por Tanize Tomasi e Renato Pereira, pesquisadores do GP Interconexões UEPG-CNPq. A reunião contou com a participação de Margit Hauer, engenheira agrônoma e chefe do Departamento Socioambiental do Instituto Ambiental do Paraná – IAP.
O projeto permitiu averiguar as dimensões e variáveis socioambientais no processo de adoção (ou não) de sistemas produtivos agroflorestais por comunidades rurais e tradicionais, tendo em vista o processo histórico de organização territorial, práticas sociais, ecológicas e agroculturais.
Além da UEPG e do CNPq, o projeto conta com parceiros institucionais como a Casa Latino-Americana (CASLA), o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o Ministério Público do Paraná (CAOPMA) e as Associações de Moradores do Faxinal Sete Saltos de Baixo, Associação da Comunidade Remanescente de Quilombolas do Palmital dos Pretos e a Associação Solidária da Agricultura Ecológica de Ponta Grossa e Região (ASAECO).
Entre os dias 22 e 24 de março foi realizado o mutirão para o plantio de mudas em duas das dez propriedades abrangidas pelo projeto. A equipe de campo contou com a participação de Nicolas Floriani (Coordenador do grupo de pesquisa); Tanize Tomasi (pós-doutoranda) e Renato Pereira (doutorando do Programa de Pós-graduação em Geografia); Ingrid Zambillo e Vanessa Pretto, estudantes da graduação; os moradores das comunidades (Benjamin e Maria Marques Vieira, Aparecida e Antônio Ostrufk de Sete Saltos de Cima; Adal Machado e Arildo Portela CRQ Palmital dos Pretos).
A metodologia para a implantação dos SAFs envolveu um cadastro ambiental georreferenciado das propriedades, assim como o plantio das mudas em curvas de nível, levando-se em conta a agrobiodiversidade regional, cujo inventário também está sendo realizado pelo grupo de pesquisa, em parceria com as comunidades envolvidas. Também foi realizada a coleta de amostras de solo.
O Grupo de Pesquisa Interconexões, nos seus cinco anos de atuação, se consolidou por meio das atividades de pesquisa e extensão, estabelecendo parcerias com organizações sociais como a Rede CASLA-CEPIAL e setores progressistas do poder público, preocupados com a garantia dos direitos socioterritoriais, bem como alternativas participativas de geração de renda, valorização de tecnologias sociais e que vão ao encontro da ideia de uma Universidade Plural e Socialmente Pertinente que responda às demandas da sociedade, principalmente de grupos em situação de vulnerabilidade socioambiental.