Líder quilombola atua junto do Grupo de Pesquisa na implantação de SAF’s em Itaiacoca e Três Córregos

No mês de março, o GP Interconexões UEPG-CNPq, em parceria com o IAP-PR, contribuiu para a implantação de Sistemas Agroflorestais – SAF nas comunidades rurais e tradicionais de Sete Saltos de Cima (Itaiacoca – Ponta Grossa) e CRQ Palmital dos Pretos (Três Córregos – Campo Largo). A implantação dos SAFs contou com a participação do líder quilombola Arildo Portela de Moraes, de 26 anos.

A implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) em propriedades das comunidades rurais e tradicionais de Sete Saltos de Cima (Itaiacoca – Ponta Grossa-PR) e Palmital dos Pretos (Campo Largo-PR) foi definida a partir do levantamento de campo realizado em 2018 e está contida no projeto de organização de controle social denominado Rede Sape (Saberes Agroecológicos de Permanência), coordenado por Tanize Tomasi e Renato Pereira, pesquisadores do GP Interconexões UEPG-CNPq.

Arildo Portela (vestindo o chapéu de fibra de bananeira que ele mesmo produziu): “A implantação dos SAFs vão garantir o manejo consciente da floresta no futuro”

Liderança quilombola

Aos 26 anos, Arildo se tornou o mais jovem líder quilombola de Palmital dos Pretos. No início de 2018 o GP Interconexões UEPG-CNPq foi recebido pelo entusiasta.  A incursão da equipe para as atividades do Projeto de Pesquisa “Das Territorialidades Tradicionais às Territorializações da Agroecologia: saberes, práticas e políticas de natureza em comunidades rurais paranaenses”, recebeu o apoio e suporte da liderança. A sede da associação quilombola foi disponibilizada para as imersões a campo com períodos de permanência dos pesquisadores no cotidiano da comunidade.

Arildo que também é guia turístico, capacitado e atuante do Projeto Trilhas da Gralha Azul na Flona do Assungui, apresentou a comunidade a equipe e firmou a parceira acadêmico-comunitária nas atividades de campo. Nos meses de março e abril deste ano, fez questão de participar da implantação dos SAF’s em todas as propriedades, contribuindo para a efetivação das práticas dos mutirões.

Surpreende não por ser uma liderança tão jovem, mas pela sua energia em querer liderar transitando entre as gerações pelo movimento de ser/estar quilombola. Esse mesmo movimento político-identitário o impulsiona a articular-se e participar no contexto regional de outras organizações sociais. Atualmente Arildo é conselheiro da Flona de Assungui, conselheiro do Conselho Municipal de Políticas Étnico-Raciais de Campo Largo – COMPER, membro da Federação das Comunidades Quilombolas do Paraná – FECOQUI, membro da Associação de Pais, Mestres e Funcionários da Escola Municipal do Campo Augusto Pires de Paula – APMF, presidente da Associação de Moradores de Palmital dos Pretos (Campo Largo) e da Comissão da Água de Sete Saltos de Cima (Ponta Grossa), conselheiro fiscal do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ponta Grossa e membro da Rede Sape – Saberes Agroecológicos de Permanência (organização de agricultores da Comunidade Quilombola Palmital dos Pretos e Comunidade Sete Saltos de Cima).

O engajamento do líder quilombola na comunidade e vizinhança possibilita a incursão em projetos de pesquisas, cursos de capacitação e abertura para o recebimento de outros grupos de visitantes.

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