O papel da comunicação como ferramenta de promoção da economia solidária na Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol) no município de Ponta Grossa – PR

O papel da comunicação como ferramenta de promoção da economia solidária na Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol) no município de Ponta Grossa – PR

Autores: Victoria Barbosa Pinto Araujo; Luiza Lourenço Nunes Benck; Daphinne Urtado Pimenta de Melo

Resumo: Este trabalho tem por objetivo relatar o trabalho e as estratégias de comunicação para alavancar a economia solidária junto aos Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) incubados pela Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), programa de extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ainda, busca-se analisar como a comunicação atua na divulgação das ações e iniciativas dos EES, ampliando a visibilidade. A partir da experiência do trabalho interdisciplinar realizado na Incubadora, esta pesquisa utilizou a metodologia da pesquisa bibliográfica, documental e participante. Os resultados destacam a importância da multidisciplinaridade na extensão universitária, além de evidenciar a contribuição ao papel social da universidade e à ampliação da economia solidária e dos empreendimentos a partir da divulgação e fortalecimento do trabalho.

Palavras-chave: Comunicação. Economia Solidária. Extensão Universitária.

JUSTIFICATIVA
A economia solidária pode ser definida como um modelo alternativo para a geração de trabalho e renda, fundamentado em princípios de autogestão, cooperação e solidariedade, cujo objetivo central é contribuir na promoção e inclusão dos trabalhadores no enfrentamento das desigualdades sociais e econômicas, contrapondo-se à lógica do sistema capitalista tradicional, muitas vezes associado à exploração e exclusão social (SINGER, 2002).

A IESol (Incubadora de Empreendimentos Solidários) é um programa de extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que tem como objetivo apoiar a criação e o desenvolvimento de empreendimentos econômicos solidários (EES). Esses empreendimentos são organizados com base nos princípios da economia solidária tais como a autogestão, a cooperação e solidariedade, visando a geração de trabalho e renda como alternativa ao sistema econômico tradicional. A IESol atua com uma equipe e um espaço de articulação interdisciplinar, fornecendo suporte técnico, formação e acompanhamento para fortalecer os EES, promovendo a inclusão social e econômica de grupos em situação de vulnerabilidade.

A Feira de Economia Solidária da UEPG (FESU), organizada em parceria com a Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), desempenha um papel central na promoção e no fortalecimento dos princípios da economia solidária. Desde a criação, a FESU tem se estabelecido como um espaço de encontro e comercialização, onde a prática da autogestão, a cooperação e o apoio mútuo se tornam visíveis. Segundo Albach et al. (2023), a FESU e os empreendimentos incubados pela IESol atuam como agentes de transformação social, o que promove um modelo econômico alternativo, pautado na justiça social e na sustentabilidade.

Além de ser um local para a venda de produtos artesanais e alimentos produzidos de forma coletiva, a FESU também fomenta um ambiente de aprendizado e troca de saberes entre os empreendedores, estudantes e a comunidade externa. Conforme apontado por Albach et al. (2023), a feira “vai além da comercialização de produtos”, porque funciona como um ponto de convergência onde são discutidas as práticas da economia solidária e a construção de novas formas de produção e consumo, alinhadas com os princípios de justiça econômica e inclusão social.
Outro aspecto relevante da FESU é o papel dela na integração entre universidade e sociedade. A parceria entre a IESol e os grupos de Empreendimentos Solidários permite que as ações da feira transcendam o ambiente acadêmico, promovendo a interação entre a universidade e os diversos atores sociais. Albach et al. (2023) destacam que a FESU “atua como um espaço de educação, onde a teoria e a prática da economia solidária se encontram e se materializam”, fortalecendo, assim, o compromisso da UEPG com a transformação social através de suas práticas extensionistas.

Neste contexto, este trabalho justifica-se pela importância de fortalecer a economia solidária como uma alternativa ao modelo econômico tradicional. A partir da investigação do papel e das estratégias de comunicação na promoção e divulgação dos empreendimentos econômicos solidários (EES), ampliando a visibilidade das iniciativas da IESol.
Ademais, ressalta-se a importância do trabalho interdisciplinar realizado na IESol a partir da integração de diferentes áreas do conhecimento para solucionar os desafios dos empreendimentos econômicos solidários, reforçando o papel social da universidade.

OBJETIVOS
Este trabalho tem por objetivo geral relatar sobre o papel da comunicação com os EES, ou seja, busca-se investigar como essas estratégias contribuem para a promoção e visibilidade dos empreendimentos incubados pela IESol.

Além disso, tem por objetivos específicos: explorar a importância da atuação interdisciplinar na IESol e, destacar a contribuição da extensão universitária para a transformação social e o fortalecimento da economia solidária, por meio da interação entre a universidade e a sociedade.

METODOLOGIA
A metodologia de trabalho da IESol vai de encontro aos princípios da economia solidária, ou seja, busca-se trabalhar em uma perspectiva autogestionária entre a equipe do programa e durante o trabalho com os EES.

Ainda conta com uma atuação interdisciplinar que envolve professores, técnicos e graduandos, unindo diferentes áreas do conhecimento e dos saberes para apoiar o processo de incubação dos grupos.

Na parte da comunicação, a metodologia utilizada para apresentar o trabalho da IESol dentro da FESU consiste na parte prática. Dessa forma, produções como design, fotografia, audiovisual e textual são feitas para auxiliar a Feira a ter uma maior movimentação de pessoas e, consequentemente, melhores vendas.

RESULTADOS
A interdisciplinaridade da IESol consiste em reunir diferentes cursos, como jornalismo, serviço social e psicologia, que abrangem a UEPG e outras Universidades. Dessa forma, outros estudantes que não fazem parte do curso de jornalismo têm a oportunidade de aprender sobre a comunicação na prática. Atualmente, o Núcleo de Comunicação da IESol possui estudantes de jornalismo e serviço social. Assim, os futuros assistentes sociais já tem uma base consolidada de relação com o público, por estarem incluídos diretamente na comunicação.

Como citado na metodologia, o trabalho na comunicação da IESol consiste na produção de design, fotográfica, textual e audiovisual. Por isso, para divulgação da FESU são criadas artes-convite para as feiras semanais que são reproduzidas nas redes sociais da IESol; a parte fotográfica geralmente é mais ativa durante as feiras comemorativas, que acontecem por volta de cinco vezes ao ano, com o tema escolhido em acordo com os integrantes da Feira e a equipe da IESol; os textos são produzidos mais frequentemente para postagens nas redes sociais, mais precisamente o Instagram e o Facebook, e compartilhamentos nos grupos de Whatsapp; hoje, a produção audiovisual é a que o Núcleo de Comunicação mais produz e aposta, pois os resultados vão além da comunidade acadêmica, chegam até mesmo a pessoas de outras cidades e que também praticam a Economia Solidária.

As principais funções do audiovisual para a comunicação da FESU equivalem a maior divulgação no Instagram, Facebook e grupos de Whatsapp; apresentação da Feira para o público-alvo, que abrange também a comunidade em geral, para além da Universidade; exibição dos produtos oferecidos pelos EES na FESU; mostrar a equipe por trás dos produtos por meio de vídeos curtos nos stories semanalmente e colocar a própria equipe da IESol, em especial, os integrantes do Núcleo de Comunicação, para fazer vídeos-convite principalmente para feiras especiais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como considerações finais destaca-se que a interdisciplinaridade promovida pela IESol revela um ambiente de aprendizado coletivo, onde estudantes de diferentes áreas, como jornalismo e serviço social, têm a oportunidade de integrar a prática da comunicação em suas formações. Essa troca enriquece a relação dos futuros profissionais com o público, ampliando suas competências. A produção de conteúdo no Núcleo de Comunicação da IESol, que abrange design, fotografia, textos e especialmente audiovisual, tem se mostrado uma ferramenta eficaz na divulgação da Feira de Economia Solidária da UEPG (FESU), alcançando tanto a comunidade acadêmica quanto os públicos externos. O uso estratégico do audiovisual, em particular, amplia o alcance da feira, promovendo os produtos e fortalecendo a visibilidade da economia solidária na região.

APOIO
Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais – PROEX/UEPG, por meio do fomento e concessão de bolsas de extensão.

REFERÊNCIAS
ALBACH, Camila Aparecida da Silva et al. Percursos e experiências da Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol): coletânea de relatos e práticas de economia solidária. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2023.

SINGER, P. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.

 

Skip to content