Prefeitura de Ponta Grossa contempla CEAI com Prêmio de Reconhecimento
O Coletivo de Estudos e Ações Indígenas (CEAI) foi um dos vencedores do Prêmio de Reconhecimento da Trajetória de Grupos, Coletivos e Projetos do ano de 2020 concedido pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. O CEAI concorria na categoria “coletivos” juntamente com outros três candidatos e foi aprovado com a nota 9,50, a maior dentre os quatro.
A comissão de avaliação do prêmio utilizou três conjuntos de critérios para analisar os inscritos: a) inovação, criatividade e impacto cultural; b) histórico do coletivo; e c) regularidade e metodologia das atividades e produções. Dois projetos apresentados pelo CEAI para o processo de avaliação foram os livros VẼNKAGTÁ NẼN KAINGÁNG, que registra receitas de remédios tradicionais da comunidade Kaingang da Terra Indígena de Mangueirinha (PR) e HISTÓRIAS DE UM GUARANI, livro trilíngue em português, espanhol e Guarani Mbya, em que o autor Nelson Florentino conta histórias muito antigas que aprendeu com os seus pais e avós, as quais explicam como o povo Guarani compreende o mundo e a natureza.
O Prêmio de Reconhecimento da Trajetória de Grupos, Coletivos e Projetos tem o objetivo de estimular e incentivar o desenvolvimento e continuidade de atividades culturais no município. Realizada utilizando recursos da Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural, a premiação no valor de R$7.608,69 foi entregue aos vencedores na primeira semana de dezembro. Estes montantes estão sendo implementados pelos estados e municípios brasileiros para a distribuição dos recursos do Fundo Nacional de Cultura.
Vinculado ao programa de extensão Laboratório de Estudos do Texto (LET), o CEAI foi criado em 2017, com o objetivo de contemplar especificamente as demandas referentes às questões indígenas. Entre os fundadores do coletivo estão a professora Letícia Fraga, docente dos cursos de Graduação em Letras e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) e os acadêmicos indígenas Joel Anastacio, Renato Pereira, Julia Isabela Souza, Paulo Goitoto, além das alunas de pós-graduação Elisangela Wilchak Queiroz (PPGEL) e Mariana Fraga da Fonseca (PPGJor) e do professor da rede estadual de ensino Álvaro Franco da Fonseca Júnior. Dentre os principais objetivos dos fundadores estava o compromisso de pensar em maneiras de desenvolver trabalhos, inicialmente de pesquisa, que contemplassem comunidades indígenas paranaenses.
Desde então, o coletivo realizou diversos trabalhos em conjunto com comunidades indígenas, desde livros publicados até um curso sobre a língua Kaingang ofertado dentro da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Com a participação de uma equipe de mais de 30 pessoas, indígenas e não indígenas, atualmente o coletivo oferta cursos, realiza eventos e desenvolve projetos de pesquisa e extensão de maneira colaborativa com as comunidades indígenas. Fazem parte do CEAI os dois primeiros estudantes indígenas da pós-graduação da UEPG e do PPGEL, Regina Aparecida Kosi dos Santos (Kaingang) e Alexandre Kuaray de Quadros (Guarani)
Por Levi de Brito (Equipe CEAI)