por Marilia Woiciechowski
O livro “Adelmo Genro Filho e a Teoria do Jornalismo” (Editora Insular), do professor doutor Felipe Simão Pontes, do Departamento de Jornalismo da UEPG, está entre as dez obras finalistas na categoria comunicação do Prêmio Jabuti, o mais tradicional e prestigiado prêmio da literatura brasileira. A obra publicada, em 2015, expõe as mediações presentes na produção e recepção de O Segredo da Pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo, bem como os conceitos filosóficos que fundamentam a assertiva de Genro Filho.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou, em 21 de outubro, os livros finalistas do 58º Prêmio Jabuti. Foram selecionados os finalistas das 27 categorias do prêmio, entre os mais de 2,4 mil inscritos. A categoria em que se inscreve a obra indicada de Felipe Pontes engloba livros compostos por pesquisas, ensaios, textos profissionais, acadêmicos, científicos – ou obras de divulgação – que descrevam e/ou fundamentem e/ou discutam conceitos relativos a Relações Públicas, Rádio, Televisão, Jornalismo, Publicidade, Propaganda ou assuntos correlatos. Três obras com a maior pontuação registrada pelos jurados (em cada categoria) serão as vencedoras (primeiro, segundo e terceiros lugares) do 58° Prêmio Jabuti 2016.
Para as obras classificadas como primeiro lugar, além do Troféu Jabuti, a organização oferece um prêmio no valor bruto de R$ 5.500,00. No caso de obras em coautoria, o prêmio será dividido. A cerimônia de premiação aos vencedores do 58° Prêmio Jabuti ocorre, em 24 de novembro, no Auditório Ibirapuera. “Estar entre os finalistas é para mim um misto de surpresa e alegria porque o livro traz em suas páginas o resultado de grande esforço de pesquisa. É um trabalho coletivo porque envolveu também minha família. É a coroação de um trabalho de quatro anos de pesquisa”.
Clássico da Teoria do Jornalismo
Doutor em Sociologia Política e mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, Felipe explica que o livro trata de um clássico da teoria do jornalismo no Brasil “O segredo da pirâmide”. A obra sobre a teoria marxista do jornalismo teve sua primeira edição publicada em 1987; e outras edições em 1989, 1997 e 2012. Faz uma análise do contexto de produção, da história de vida do autor e de como a obra foi recebida pela área de pesquisa em jornalismo. Realiza também uma análise sobre a principal tese do segredo da pirâmide, ou seja, o jornalismo como forma de conhecimento.
Para o autor, a satisfação em ter a obra indicada como finalista do Prêmio Jaboti está traduzida nas marcas que ficaram dos quatro anos de pesquisa no doutorado e do resultado em suas páginas. “O livro nos faz perceber que o jornalista deve ter um olhar crítico sobre a estrutura da produção de acontecimentos sociais. Ele não é um simples reprodutor da realidade, mas participe da sociedade e, por isso, tem responsabilidade sobre aquilo que publica.
Prática Profissional e Pesquisa
O professor assinala que se trata do primeiro livro que discute o trabalho de Adelmo Genro Filho, e resulta da pesquisa para a produção da tese “Adelmo Genro Filho e a teoria do jornalismo no Brasil: uma análise crítica”, que na pós-graduação (doutorado) teve orientação do professor Gaspar Müller da UFSC. Felipe observa que, inicialmente, a tese direcionava-se ao estudo do jornalismo de forma geral. Relata que, quando esteve na coordenação de um grupo de estudo sobre o Segredo da Pirâmide, na UFSC, e com o aprofundamento do tema decidiu-se pela direção que acabou na publicação do livro “Adelmo Genro e a Teoria do Jornalismo”.
Como pesquisador, Felipe Pontes, hoje, dedica-se à teoria e história do jornalismo e à sociologia da profissão de jornalista. Sobre o livro, registra-se que, no processo de integração das diferentes táticas que mobilizam cada capítulo e cada tópico, a obra oferece as principais implicações da teoria do jornalismo de Adelmo Genro Filho. E, ao oferecer as implicações, os fundamentos e as consequências, sugere possibilidades teóricas para a análise de questões que atravessam o jornalismo brasileiro. Apresenta também a pertinência da análise ontológica e epistemológica para o entendimento do jornalismo e direcionamento de sua prática profissional e de pesquisa.