O Curso de Jornalismo e o Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa criticam o desmonte da educação acentuado neste ano de 2017 que, além das drásticas reduções orçamentárias destinadas à educação através das emendas constitucionais que desobrigaram o investimento no setor, tem provocado demissões em massa de professores universitários, não pagamento de salários, fechamento de cursos e cortes em investimentos. No último dia 7, a demissão arbitrária da coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), professora Marli dos Santos, causou indignação entre estudantes, professores da instituição e membros da comunidade científica nacional. Além da coordenadora, outros docentes foram afastados ou tiveram sua carga horária e salário reduzidos, em um claro desrespeito à trajetória acadêmica e à garantia de uma educação de qualidade.
É lamentável que um programa de pós-graduação com uma trajetória de 40 anos na área da Comunicação, como o da UMESP, seja atacado por uma visão mercadológica de educação que compromete toda a trajetória de formação qualificada e a pesquisa de excelência realizadas pelo corpo docente ao longo das últimas décadas.
Trata-se de um momento de evidente precarização do trabalho docente, associado aos impactos da reforma trabalhista implementada pelo governo de Michel Temer, que já vem prejudicando milhares de trabalhadores. Além da UMESP, diversas instituições de ensino estão implementando esta prática de desmonte da educação, demitindo em massa seus docentes para, em alguns casos, contratá-los sob regimes precários, com menores salários e mínima proteção social, na forma da “nova” legislação trabalhista.
Diante deste cenário de fragilização da educação e de desvalorização profissional, o Curso de Jornalismo e o Mestrado em Jornalismo da UEPG repudiam as demissões arbitrárias ocorridas na última semana, apoiam as manifestações realizadas contra a política adotada pelas universidades privadas e prestam solidariedade aos docentes neste momento de incertezas e crise nas instituições de ensino.
E, por fim, os professores de Jornalismo da UEPG solicitam, gentilmente, que a reitoria da UMESP reconsidere tais decisões, em respeito a um histórico de formação humana e acadêmica de milhares de profissionais do ensino superior de Comunicação em todo o Brasil. Este ‘capital’ humanístico tem uma contribuição científica que não pode ser interrompida de forma unilateral e sem respeitar os direitos dos atuais pesquisadores e docentes da Instituição.