Egressa do curso de Jornalismo da UEPG fala sobre sua pesquisa de doutorado feita na Bélgica

Ana Cristina Suzina conversou com os alunos do primeiro ano na disciplina de Jornalismo, Democracia e Poder.

Na tarde dessa terça-feira, dia 21, a egressa do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ana Cristina Suzina, esteve na instituição para participar de uma conversa com os alunos do Mestrado. A oportunidade ocorreu no primeiro encontro da disciplina “Jornalismo, Democracia e Poder”, ministrada pelos professores Carlos Willians Jaques Morais e Hebe Gonçalves.

Na fala, a convidada contou aos discentes sobre seus 15 anos de atividades junto aos movimentos sociais. Devido a essa experiência, Ana buscou retratar os desafios de mídias populares no Brasil em seu doutorado. Para isso, realizou sua pesquisa de doutorado em seis estados (Ceará, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo) no período de 2013 a 2016, onde buscou 29 mídias populares, desde rádios e tevês comunitárias a jornais de bairro. Esse estudo exploratório também se baseou em entrevistas com 37 comunicadores populares.

Diante do debate público a respeito de democracia, Ana se aproximou dos conceitos do alemão Habermas, que a ajudou a instigar a representação das desigualdades na esfera pública. Como norte, buscou responder a três questionamentos: quem são as vozes da esfera pública? De que temas abordam? Quais os canais disponíveis para o debate?

Ao longo da pesquisa, percebeu que nos mais variados rincões do país, a internet está presente, o que dá a sensação de igualdade promovida pela tecnologia. Foi nesse nuance que Ana tentou se aprofundar, pois percebeu que nas camadas mais profundas havia uma assimetria junto à comunidade. “Quem tem o direito de contar a história e costurar a narrativa? Quais as vozes que merecem ser ouvidas ou depreciadas?”, questionava-se.

Diante das mídias analisadas, a pesquisadora avaliou que alguns discursos eram considerados amadores e, outros, profissionais. Ana mencionou uma definição de Pierre Bourdieu em que o teórico francês categorizava que, aqueles que não falam, acabam sendo apagados. Assim, a internet permitiu uma emergência de vozes; porém, a igualdade inicial provocada não causou a transformação desejada.

Por fim, Ana Cristina Suzina também deixou dois livros no departamento. Intitulado Democracia e desigualdade: Registros críticos , Ana escreveu o capítulo sobre Mídias populares e a questão da pluralidade na esfera pública . No momento, ela mora na Bélgica, onde concluiu seu doutorado na Universidade Católica de Louvain.

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