Pauta Geral, revista do Mestrado em Jornalismo da UEPG, lança dossiê sobre “O lugar do paradigma jornalístico no campo científico: debates epistemológicos”

a nova edição tem nove artigos temáticos, oito artigos livres e entrevista com o pesquisador norte-americano    Tim Vos, da Faculdade de Artes e Ciências da Comunicação, da Michigan State University

 

O dossiê, organizado pelos professores do PPGJor-UEPG, Guilherme Carvalho e Marcelo Engel Bronosky, buscou reunir pesquisas que têm interesse em “tensionar aquilo que o jornalismo tem de específico e por quais transformações passará, em especial, a missão do campo científico de procurar algumas respostas a esse contexto”, escreve o editor adjunto da Pauta Geral, Hendryo André. “Pensar o jornalismo neste momento de mudanças nos cobra problematizar sua essência. Essa é a proposta que move este Dossiê”, adiciona Bronosky, que além de organizar o dossiê, junto a Carvalho, também é o editor executivo da Pauta Geral.

Além de oito artigos com temas livres, enviados por importantes pesquisadoras e pesquisadores brasileiros, o dossiê traz nove artigos temáticos. “Jornalismo e Estudos Culturais: problemas de redefinição lógica”, assinado pelos proponentes do dossiê, busca problematizar o paradigma dos Estudos Culturais. Luis Mauro Sá Martino visa compreender, em “A formação do capital científico no campo acadêmico do jornalismo: dimensões institucionais, teóricas e de ensino”, os lugares específicos do campo do jornalismo. Josenildo Luiz Guerra, em “Ensaio sobre o jornalismo: para um programa de Pesquisa Básica, Aplicada e de Desenvolvimento Experimental”, e Felipe Simão Pontes, em “Epistemologia e Jornalismo: Revisão bibliométrica de artigos (1998-2022)”, discutem que a atividade é objeto de estudo e pesquisa, mas eles não formam um corpus articulado e cumulativo de saberes alinhados para explicar e orientar a prática profissional. 

Itala Maduell Vieira assina o texto “Paradigma como chave teórica para entender o jornalismo em mutação”, e versa que a noção de paradigma jornalístico, se entendida como método, é um caminho capaz de contribuir para a compreensão das atuais relações de força na mutante e inconstante comunidade interpretativa dos jornalistas. Júlio César Rigoni Filho, em “Reflexões sobre a imagem jornalística como conhecimento mediado pelo efeito de sentido de verdade”, reflete sobre o teor testemunhal que a imagem jornalística carrega e como ele foi transformado com a internet.

Os três últimos artigos são diálogos interdisciplinares. Luiz Felype dos Santos e Ivan Carlo Andrade de Oliveira exploram, no texto “Diálogos entre Jornalismo Científico e Educação”, o dever da formação educacional dos cidadãos e as tensões entre jornalismo e educação. Marcio da Silva Granez, em “A verdade do jornalismo, da ciência e do direito: lições da crise sanitária da Covid-19”, discute o conceito de verdade a partir de uma visão interdisciplinar e transdisciplinar com os campos da Ciência e do Direito. Felipe Moura de Oliveira e Guilherme Gonçalves Maia, em “Jornalismo e 5G: especulações a partir da filosofia do campo”, estabelecem a hipótese de que a tecnologia “tende a favorecer o reconhecimento do papel de mediação que o jornalismo pode exercer, conferindo inteligibilidade à realidade”.

A edição encerra com uma entrevista com o professor norte-americano, Tim Vos, da Faculdade de Artes e Ciências da Comunicação, da Michigan State University, sobre o hiato entre o discurso legitimador e a prática jornalística. Para recuperar a confiança no jornalismo, defende o entrevistado, é preciso exigir certo afastamento do modelo comercial. Tim Vos também analisa a polarização e o impacto das plataformas digitais nos ecossistemas midiáticos dos Estados Unidos e Brasil.

O dossiê está disponível gratuitamente no site da Pauta Geral. A equipe editorial aceita artigos e propostas de dossiês em fluxo contínuo, na aba de submissões do site.

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