Casa da Memória Paraná
O prédio onde situa-se a Casa da Memória Paraná foi construído em 1894 como parte do sítio que abrigava a primeira estação ferroviária da cidade de Ponta Grossa, a Estação Paraná. Naquele momento, o transporte ferroviário era não apenas o veículo principal para o deslocamento de pessoas entre a capital e o interior, mas também servia para o escoamento de erva-mate e madeira, produtos que contribuíram para o crescimento e o desenvolvimento da cidade e da região dos Campos Gerais (DROPA, 2013, p. 07).
Com a expansão acelerada do transporte rodoviário, a partir da década de 1960 e 1970, o transporte ferroviário foi, aos poucos, entrando em decadência. Em 1995, o prédio da Estação Paraná tornou-se a sede da Casa da Memória Paraná. Nos documentos referentes à história da criação da Casa da Memória, mais precisamente no projeto de lei nº 25/94, datado do dia 28 de março de 1994, foram estabelecidos os principais objetivos da instituição, como uma unidade cultural: guardar, proteger, conservar, restaurar e preservar todo e qualquer documento referente à história de Ponta Grossa e Região dos Campos Gerais.
Desde então, o espaço é destinado para exposições e à preservação do acervo histórico/documental, abrigando grande parte de registros antigos do município, como periódicos diversos (jornais e revistas), relatos biográficos, fotografias, fitas em formato VHS, discos de vinil, plantas arquitetônicas, mapas, documentos referentes à concessões de terras, sendo que alguns desses registros datam desde o ano de 1863. Todos os documentos da instituição estão disponíveis para a consulta pública.
Vale destacar que a Casa da Memória possui um vasto acervo fotográfico, constituído por aproximadamente 45 mil negativos em chapa de vidro e em película, acervo este resultante da prática exercida pelas três gerações da família Bianchi, em 60 anos de ofício em Ponta Grossa, de 1910 a 1970. (CAMERA, 2018, p.26). Nele, podem ser identificados dois conjuntos fotográficos: um referente aos trabalhos dos profissionais do retrato instantâneo que capturaram as variadas facetas urbanas de Ponta Grossa e suas transformações ao longo do tempo; o outro, por sua vez, é composto por fotografias de indivíduos e de famílias. O acervo também inclui cadernos de registro para muitas das imagens preservadas, com a anotação feita pelos fotógrafos sobre o que se tratava o instantâneo produzido (ALVARENGA, 2016, p. 58).
Como a sede da Casa da Memória possui valor histórico para a cidade e região, o edifício foi tombado em 1990 e tornou-se integrante do Patrimônio Cultural do Paraná. Desde dezembro de 2019 o edifício vem passando por um processo de restauro e, assim, a instituição está atendendo provisoriamente em outro endereço, na rua Ermelino de Leão, número 1333.
FONTES
CÂMARA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA. Lei nº 25/94, de 28 de março de 1994. Dispõe sobre a criação da Casa da Memória e seus objetivos. Disponível no acervo da Casa da Memória Paraná.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, Jheniffer Batista. Acervo Foto Bianchi: o contexto de formação e sociabilidades (2001-2016). 2016. 92 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2016.
CAMERA, Patricia; LIMA, Solange Ferraz de. O outro lado da imagem: o negativo como objeto de conhecimento. Domínios da Imagem. Londrina, v. 12, n. 22, p. 22-46, jan./jun. 2018.
KATTIAVIANA, Hayssa; TELES, Andressa Stefany e DROPA, Márcia Maria. O complexo ferroviário de Ponta Grossa como Espaço Cultural e possível Espaço turístico. VII FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU. Foz do Iguaçu, 2013.
PROJETO BÁSICO RESTAURO DA CASA DA MEMÓRIA. Disponível em: <http://www.blogdodoc.com/wpcontent/uploads/2015/07/casa-da-memoria.pdf> Acesso em: 06/01/2020.
Autora: Vitória Gabriela de Oliveira
Acadêmica do 3º ano do curso de Licenciatura em História Uepg
Ano: 2020