Cine Teatro Renascença e a presença russa-alemã em Ponta Grossa

Cine Teatro Renascença e a presença russa-alemã em Ponta Grossa

O surgimento do Cine Teatro Renascença, em Ponta Grossa, no final do século XIX, esteve intimamente ligado à chegada e presença de imigrantes europeus no espaço citadino.

O fundador do ‘Renascença’ foi o descendente de imigrantes russos-alemães Jacob Holzmann, que entrou para Banda Lira dos Campos em sua juventude, aos 18 anos. Na banda, Jacob se tornaria mais tarde o regente e nela contaria com a participação de seus irmãos, fato que contribuiu para que o agrupamento musical ficasse conhecido como ‘Banda do Russinho’.

Com o passar dos anos a banda, que era formada principalmente por indivíduos nascidos fora de Ponta Grossa, passou a ser recebida com certa antipatia por alguns setores da sociedade e a ter suas apresentações restringidas na cidade. Isso levou Jacob Holzmann a fundar um espaço próprio para que a “Banda do Russinho” se apresentasse em público sem enfrentar possíveis rejeições. No dia 31 de outubro de 1911 fundou-se, então, o Cine Teatro Renascença (SILVA; FALCÃO, 1996, p.7).

O Cine Teatro Renascença foi conquistando plateia aos poucos. Com o passar do tempo o local tornou-se bastante movimentado, frequentado por diversos moradores da cidade. Atravessou com êxito comercial a década de 1920, implementou o cinema sonoro nos anos 1930 e já na década de 1940 se consolidou enquanto espaço de referência para o entretenimento e a sociabilidade da população da cidade de Ponta Grossa.

Apesar de ter se afirmado como local para exibição da sétima arte, a característica de entretenimento musical do espaço foi uma das marcas do Renascença durante muito tempo. Em 22 de outubro de 1940, o jornal O Dia noticiava a diligência do Cine Teatro Renascença, empresa que estava trazendo a Ponta Grossa “artistas como Alvarenga e Ranchinho, Carlos Galhardo, Ratinho e Jararaca”. Para o periódico editado na capital, “sendo elementos de evidência nos meios artísticos nacionais, é natural que suas exibições no interior requeiram, além de muito esforço, outro tanto de boa vontade em servir ao público por parte de quem os contrata” (O DIA, 22/10/1940, p. 8).

FONTES

O Dia, 22 de outubro de 1940.

REFERÊNCIAS

SILVA, Josiane Rodrigues da; FALCÃO, Karla Cristine Silva. Origens do Cine Teatro RenascençaJornal de História. DEHIS – UEPG. Ponta Grossa, Ago. 1996. nº 3, p. 7.

Autor: John Endrew

Acadêmico do 4º ano do curso de Licenciatura em História da UEPG

Ano: 2018

Revisão: 2019

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