Imigração holandesa e a fundação de cooperativas nos Campos Gerais

Imigração holandesa e a fundação de cooperativas nos Campos Gerais

Os primeiros holandeses chegaram ao Paraná em 1905, instalando-se na colônia Gonçalves Júnior, localizada no município de Irati. Em seus primeiros tempos neste local encontraram muitas dificuldades no cultivo da terra, com pragas atacando suas lavouras e também enfrentaram doenças que atingiram o grupo imigrante com grande mortalidade . Uma parte dos que se aventuraram inicialmente em direção a Irati acabou retornando para a Holanda. Os que permaneceram em território brasileiro foram em busca de outro local para se instalar (HOROCHOVSKI, 2011).

Na mudança de espaço em terras paranaenses, Jan Vriesman, Leonardo Verschoor ( junto com seu irmão) dirigiram-se para um loteamento aberto pela Brazil Railway Company chamado Colônia Carambehy, onde hoje se encontra o município com mesmo nome. Ali chegaram em abril de 1911 e, no mesmo ano, demais imigrantes holandeses também rumaram para a localidade.

Em 1925, os imigrantes holandeses fundaram  uma cooperativa e, aos poucos, Carambeí começou a consolidar-se na produção de laticínios, com a Cooperativa Batavo. Segundo Horochovski (2011, p. 23), “o embrião desta que seria uma das maiores do país em seu gênero foi a Sociedade Cooperativa Hollandeza de Lacticínios, provavelmente a primeira cooperativa de produção brasileira, formada antes mesmo de o país ter uma legislação sobre o tema”.

Em artigo publicado em 1957 no jornal  O Dia foi registrado que, após a fundação da cooperativa da Colônia Carambeí organizou-se, em 1952, uma outra, que reuniu trabalhadores de Castrolândia, núcleo colonial criado em 1951. Segundo o periódico “em 1952, organizou-se uma Cooperativa Central, que reune a produção de Carambeí e Castrolândia, isto é: das Cooperativas Batavo e Castrolândia, que forneceu, juntamente, o corpo diretivo da Cooperativa Central “( O DIA, 03/02/1957, p. 3). O mesmo artigo também registrou a produção daquele momento: “cerca de 465.000 litros mensais, em média 15.500 litros por dia” e apontou que o “êxito do empreendimento” relacionava-se “ao cruzamento do gado holandês com o gado comum, o que [dava] esplêndidos resultados quanto ao nível de resistência e produção”(IDEM).

FONTES

O Dia, 03 de fevereiro de 1957.

REFERÊNCIAS

HOROCHOVSKI, R. R.; HOROCHOVSKI, M. T. H. Viver em Carambeí: Aspectos da Sociabilidade em uma Colônia Holandesa. In: CHAVES, N. B (org). Imigrantes – Immigranten. História da Imigração holandesa na região dos Campos Gerais, 1911-2011. Ponta Grossa: Estúdio Texto / APHC Editorial / NMC – Núcleo de Mídia e Conhecimento, 2011.

Autor: Lucas Otavio Boamorte

Acadêmico do 4º ano do curso de Licenciatura em História UEPG

Ano: 2018

Revisão: 2019

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