Programa EMI promove a internacionalização na UEPG
Em período de pandemia, em que nos é imposto o isolamento social, foi necessário reinventar-se. Na educação não foi diferente, a UEPG apostou no ensino remoto neste semestre e alunos e professores habituados ao presencial tiveram de mudar os planos e expectativas para 2020 e se adaptaram a novos modelos de aula e atividades através do Google Classroom e do Google Meet. Não apenas os cursos de graduação, que aderiram ao modelo remoto em julho, mas também os programas de pós graduação da UEPG, sempre preocupados em forneer o conhecimento de qualidade ao alcance dos alunos, readaptaram-se à realidade que o momento exige.
Pode-se perceber, então, novos ares na UEPG, todavia a inovação no ensino não é estimulada somente pela pandemia, mas uma prática comum dos bons professores, que procuram sempre a melhor forma de inovar e preparar seus alunos para enfrentarem a realidade do mundo do trabalho. Um bom exemplo disso são disciplinas e grupos de pesquisa ministrados em inglês.
O curso English as a Medium of Instruction (EMI), ministrado no ano passado pelo Programa Paraná Fala Inglês (PFI) da UEPG, começa agora a colher os frutos do que plantou em sua última edição. O EMI é uma das ações de internacionalização, que visa preparar o contexto acadêmico para acolher discentes e docentes internacionais, fomentar a competência intercultural da comunidade acadêmica da UEPG e capacitá-la para ações de internacionalização. E assim, começaram a ser ministradas na UEPG as primeiras disciplinas em inglês pelos professores que participaram do curso.
Depois de participar do EMI, o professor Fábio André dos Santos, junto com seus colegas Marcelo Carlos Bortoluzzi e Fabrício Rutz da Silva (Estágiário de Pós-Doutorado) do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da UEPG, ofertou a disciplina de “Seminários de Literatura Correlata” de forma inovadora no programa: totalmente em inglês, como a gente já contou aqui no site do ERI. Além disso, o professor Fábio André adotou o inglês também no grupo de pesquisa que orienta: “Toda terça-feira a gente também faz um seminário de discussão do grupo de pesquisa e também é tudo em inglês. Nesse, estão presentes alunos de mestrado, doutorado e iniciação científica da graduação que eu oriento”. Nesse grupo, o professor conta que “tivemos uma aluna que fez uma apresentação para uma universidade dinamarquesa e foi muito fácil para ela, já que duas semanas antes ela tinha feito essa mesma apresentação em inglês para o grupo de pesquisa”.
A aluna é Flavia Gomes Matos, do Programa de Doutorado em Odontologia da UEPG, que apresentou o projeto de pesquisa desenvolvido sob orientação do professor Fábio para o professor Morten Foss da Aarhus University, na Dinamarca. “Esse projeto envolve alguns centros de pesquisa como a UEPG, a UNESP e uma colaboração internacional e aí entra o professor dinamarquês: Assim que terminamos o desenho do estudo, o professor Fábio pediu para que eu montasse esse projeto em inglês em power point para que eu apresentasse para nosso grupo de pesquisa. E aí, alguns dias depois, eu precisei enviar um resumo para o professor dinamarquês e aproveitei essa mesma apresentação com ele”, explica a aluna.
Flávia relata que foi novidade para ela: “É uma experiência muito enriquecedora, e eu acho fortemente que é um diferencial muito grande e importante isso o que o professor Fábio coloca para nós. Eu não havia tido esse tipo de experiência em aula e grupo de pesquisa anteriores durante mestrado e graduação. Mas eu desenvolvi uma parte do meu mestrado na Dinamarca e lá, obrigatoriamente, eu precisava apresentar meus resultados em inglês. E eu posso falar com toda certeza para você que eu teria ido muito mais preparada se tivesse tido essa experiência prévia aqui no Brasil, para poder me sentir mais habituada a realizar esse tipo de apresentação”.
A coordenadora do PFI na UEPG, Mariza Tulio, professora do DEEL, comenta sobre os frutos do EMI na universidade: “Eu acho bastante gratificante e bastante motivador saber que os professores estão se sentindo mais confiantes para ministrar suas aulas sabendo do apoio que eles vão ter”. E complementa afirmando a importância de iniciativas como essa: “Isso fortalece a internacionalização da Universidade. Através de publicação de artigos, pesquisas em parceria e até mesmo de mobilidade e para atrair alunos internacionais, se tivermos disciplinas na língua inglesa é uma possibilidade maior de atrair alunos de outros países, principalmente na graduação”.
A professora Mariza ainda destaca que haverá mais oportunidades para os professores que desejarem participar do EMI: “Em 2021, pretendemos formar mais uma turma de EMI para formação de mais professores. Espero que já estejamos trabalhando presencialmente, mas, se não estivermos, o curso acontecerá via remota”
Já o professor Fábio André, ao ser questionado se pretende desenvolver novas atividades em inglês, brinca e responde: “Ah, é aquela história, depois que foi uma vez, agora ninguém mais segura”.
Texto: Cristina Gresele Foto: Aline Jasper
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