A transformação do rádio no Brasil em 100 anos de história

A transformação do rádio no Brasil em 100 anos de história

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Há 100 anos, no dia 7 de setembro de 1922, aconteceu a primeira transmissão de rádio no Brasil. Apaixonados pelo novo veículo começaram a trabalhar em iniciativas que resultaram nas primeiras emissoras do país. De lá para cá, a trajetória do próprio meio de comunicação se confunde com a de algumas pessoas.

A história do rádio ao longo deste centenário é ampla e pode ser contada de diferentes formas. O aparelho, nas primeiras décadas, era apreciado por quem tinha o privilégio de ter uma rádio em casa. Com o passar dos anos, foi se popularizando e chegando à casa dos brasileiros. Da cidade ao interior, as pessoas se reuniam em torno do aparelho e apreciavam a música, a informação, o esporte ou os programas de entretenimento. 

Parte dessa história foi vivida por pessoas como Rosalina Furtado, de 75 anos, moradora de Ponta Grossa. Ela viveu a infância e juventude no interior de Horizontina, Rio Grande do Sul, onde teve o primeiro contato com o rádio. A aposentada relembra com carinho como foi a chegada do aparelho onde ela morava. “Eu tinha 11 anos, estava trabalhando na roça com meus pais e irmãos quando o vendedor chegou para entregar o rádio que minha mãe tinha comprado. Todos foram correndo para ver”. 

Naquele tempo, em 1958, ninguém da região tinha o aparelho. Eles foram a primeira família a conseguir comprar e, assim, a notícia se espalhou e os vizinhos começaram a frequentar a casa para poder ouvir os programas. “Normalmente, no fim de semana, no domingo de manhã, os vizinhos se reuniam para ouvir a missa. A gente também escutava os jogos juntos. Na época, as pessoas comentavam que logo ia surgir um aparelho no qual seria possível ver as pessoas dentro dele, o que era muito diferente. A gente nem imaginava como isso ia ser possivel”, relembra Rosalina, falando da televisão, que surgiria depois. 

O rádio movido à bateria embalava o trabalho dentro e fora de casa, sendo o principal produto de consumo familiar. O rádio se apresenta de maneira diferente para as novas gerações. Ele já não é mais o aparelho principal da casa, assumindo um papel secundário, ou menos ainda. Aos 20 anos, Ana Lais Makux afirma que o aparelho faz parte do dia a dia, mas assume outras funções. O rádio que tem em casa possui entrada para pendrive e conexão bluetooth, esta última é a forma mais usada por ela. 

Evolução dos aparelhos

Não tem como falar do rádio sem falar do aparelho, que passou por inúmeras modificações, de acordo com as novas tecnologias. São diferentes modelos, com diversos tamanhos e designers. Os rádios mais antigos funcionavam a manivela, e eram maiores para conseguir suportar todas as peças de que precisava para funcionar. 

Do cristal de galena à era da convergência tecnológica, o aparelho percorreu um longo caminho. E os modos de ouvi-lo também foram ganhando novos contornos. O consumo de rádio passa a incorporar também, além da mobilidade, a escuta individual, os telefones celulares conectam o ouvinte a diversas possibilidades de escuta via internet

Atualmente, o ouvinte-internauta participa de forma ativa e imediata da produção de conteúdos. Ele pesquisa, questiona e contesta a informação que consome. O rádio tem se transformado nestes 100 anos e pelo que parece vai continuar se reinventando para não perder o espaço entre as formas de entretenimento.

 

Ficha técnica:

Reportagem e infográfico: Kauana Neitzel

Edição e Publicação: Kauana Neitzel

Supervisão de produção: Marcos Zibordi

Supervisão de publicação: Candida de Oliveira e Muriel E. P. Amaral


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