Doação de sangue como ato de amor
As experiências de doação de sangue são benéficas aos doadores
A experiência de doar sangue traz à tona diversos motivos e relatos. Márcio Teixeira, de 36 anos, doa sangue há três anos e mesmo durante a pandemia ele não perdeu o hábito. Ele, que já fez trabalho voluntário na Rede Feminina de Combate ao Câncer, destaca que a iniciativa de fazer parte desse movimento veio por conta de senhoras que também integram a rede de apoio ao Hemonúcleo de Ponta Grossa que precisava de doações de sangue. Naquele 10 de junho de 2019, o estoque era baixo e havia pacientes precisando de doações. “Depois de doar sangue eu sempre faço uma reflexão sobre como Deus é bom e perfeito, pois somos irmãos de sangue e se pudermos ajudar o próximo sem olhar quem é o próximo, as pessoas seriam muito melhores”, argumenta Teixeira.
Isac Lauriche, de 23 anos, é professor de educação física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), atleta e doador de sangue há mais de quatro anos. Isac conta que sua maior inspiração para doar vida veio de um momento difícil da sua vida. Seu irmão sofreu acidente e ele não podia ser doador por não ter os requisitos legais. “Na época eu fiquei muito triste, meu próprio irmão precisava de sangue e eu não pude ajudar. Eu sei o quão triste é e o quão aflito a gente fica dependendo da doação de sangue”, afirma. Lauriche conta ainda que após sua primeira doação ficou muito feliz em descobrir que seu tipo sanguíneo é O-, o chamado doador universal, a tipagem que pode ser aproveitada em qualquer pessoa.
As questões de saúde fizeram com que Jefferson Roque, de 46 anos, se tornasse doador de sangue há cinco anos. Ele apresentava obesidade mórbida por 20 anos que comprometeu as articulaçẽos do joelho e causou rompimento de ligamentos e nove cirurgias. Ele só começou a doar sangue após sua endocrinologista liberar exames. Jefferson comenta ainda que a maior motivação foi ter sido recusado na cirurgia bariátrica, onde ele buscou outros caminhos para vencer suas dificuldades, encontrando o esporte. Hoje, ele é corredor e já alcançou alta performance na área participando de várias competições como a São Silvestre.
Campanha de doação de sangue
O Ministério da Saúde lançou em junho deste ano a campanha “Doe sangue regularmente. Você doa, a vida agradece”, incentivando a população sobre a importância da doação de sangue. A ação tem por objetivo aumentar os estoques nos hemonúcleos após a baixa que aconteceu com a pandemia de covid-19, onde em 2019 foram registradas 3.271.824 coletas de sangue e em 2020 o número caiu para 2.958.665.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a taxa de doadores de sangue seja de 1% a 3% em cada país. De acordo com dados de 2021, o Brasil marcou apenas 1,4%. De acordo com a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, até março deste ano o país registrou aproximadamente 732 mil doações de sangue.
Como doar
Para ser um doador de sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos de idade, já os menores de idade devem ter consentimento formal do responsável legal. A pessoa deve ainda pesar no mínimo 50kg, estar alimentado no dia (não consumir alimentos gordurosos antes da doação), ter dormido pelo menos 6 horas e apresentar um documento de identificação com foto.
A doação deve ser feita através de agendamento realizado pelo site da Secretaria de Saúde do estado. Vale lembrar que uma única doação de sangue (450ml) salva a vida de pelo menos quatro pessoas.
Serviço
Hemonúcleo de Ponta Grossa
Telefone: (42) 3223-1616
Endereço: Rua General Osório (esquina com Coronel Dulcídio)
Site para agendamento: saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue
Ficha Técnica
Reportagem: Ana Paula Almeida
Edição e Publicação: Muriel E.P. Amaral
Foto: Eduarda Breus
Supervisão de produção: Muriel E.P. Amaral
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Carlos Alberto de Sousa