Musicoterapia ajuda pacientes a se auto-conhecerem
A prática auxilia no desenvolvimento pessoal de crianças e adultos que necessitam de ajuda no dia a dia
“Muito bom ter profissionais que se importam com nossos filhos”. É assim que Mirian Correia compreende como a musicoterapia tem ajudado no desenvolvimento de seu filho de seis anos. Fabrício começou as consultas no começo do ano e desde então sua mãe tem notado evolução no seu comportamento. Ele fazia manha durantes as refeições e se negava a comer. A mãe comenta que a música tem tido um papel importante no dia a dia de seu filho no âmbito da comunicação, comportamento e socialização. “A música vem trazendo desenvolvimento na vida do Fabrício. Um bom exemplo foi o uso da música para ele comer, o que já está dando resultado.”, sinaliza a mãe.
Angelita Rocha, musicoterapeuta e fonoaudióloga, comenta que essa modalidade de terapia tem sido bastante usada na área da comunicação. “Na medida que oferece elementos do cotidiano das crianças através de brincadeiras e jogos que auxiliam na aprendizagem, ela também oferece as possibilidades que a aprendizagem pode proporcionar no desenvolvimento da criança”. A profissional também ressalta o papel e importância da musicoterapia na vida do paciente, como a melhora na qualidade de vida num todo. Ela promove a prevenção e promoção à saúde, estimulando a capacidade interativa, comunicação, socialização, melhorando aspectos emocionais, físicos, biológicos e culturais. “A troca de experiências entre o musicoterapeuta e o paciente podem proporcionar motivação para enfrentar os problemas e assim melhorar a qualidade de vida”.
Mas o que é musicoterapia?
De acordo com a Federação Mundial de Musicoterapia (World Federation of Music Therapy), a musicoterapia utiliza da música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) para facilitar a comunicação entre paciente e terapeuta a fim de alcançar as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. Além disso, a musicoterapia tem como objetivo restabelecer funções do indivíduo para alcançar uma integração intra e interpessoal. Para a União Brasileira das Associações de Musicoterapia (UBAM), a prática pode ser baseada em três eixos: disciplina, prática e profissão. Para a UBAM, a musicoterapia é um campo que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais para ajudar no aumento do existir e agir do paciente em meio a situações cotidianas, seja no trabalho, grupo de amigos, escola e outros grupos de socialização.
Associação de Musicoterapia do Paraná (AMT)
No Paraná, há uma entidade que desenvolve atividades na área. A Associação de Musicoterapia do Paraná (AMT-PR)foi fundada em 11 de julho de 1971 com a finalidade de promover o uso e desenvolvimento da musicoterapia no tratamento, educação, treinamento, reabilitação e demais objetivos terapêuticos e sociais de todos aqueles que necessitam; e estimular a investigação e pesquisa em musicoterapia.
Atualmente, a AMT conta com 90 associados entre profissionais e estudantes, oferecendo apoio através de orientações sobre formações, documentações, divulgações e o correto exercício da profissão. Além disso, há a promoção da área através de eventos científicos pelo Fórum Paranaense de Musicoterapia que ocorre todos os anos e recebe convidados de todo o Brasil. Além disso, conta também com um grupo de estudos com integrantes de todo o país que realizam palestras onde são discutidos assuntos sobre saúde relacionados à musicoterapia.
Leonardo Citon, segundo secretário da atual gestão da AMT, destaca a luta pela regulamentação da profissão de musicoterapeuta no Brasil (PL 6379/2019) que se encontra em fase de aprovação. “A AMT-PR, junto a outras associações do país e à UBAM vem se mobilizando junto aos profissionais, universidades e classe política para a busca de apoio na aprovação do projeto”.
Ficha técnica:
Reportagem, infográfico e publicação: Ana Paula Almeida
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Candida de Oliveira