Programa “Mulheres Paranaenses” propõe novos caminhos para público feminino no PR

Programa “Mulheres Paranaenses” propõe novos caminhos para público feminino no PR

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A iniciativa contempla projetos direcionados às mulheres que visam auxiliar na formação de lideranças femininas

Numericamente, as mulheres são maioria no país: 51,1% da população brasileira é composta por indivíduos do sexo feminino de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua de 2022. Apesar do número superior, mulheres encontram obstáculos maiores para a participação social do que homens. Dos cargos de liderança em grandes empresas, por exemplo, apenas 10% deles são ocupados por mulheres, como demonstra o Panorama Mulheres 2023, realizado pelo Talenses Group e Insper.

Existem, porém, projetos de instituições de ensino que visam auxiliar grupos de mulheres a ocuparem um maior espaço na sociedade. Esse é o objetivo do programa “Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança”, articulado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Lançada em 2022, a iniciativa oferece apoio financeiro para projetos que beneficiem o público feminino. Ao todo, 86 projetos de extensão e pesquisa participaram da distribuição de R$4 milhões, financiados pela Fundação Araucária.

Os projetos contemplados são de áreas como saúde, emprego, economia solidária e participação política, todos com foco no empoderamento feminino. As iniciativas contempladas com o financiamento são de seis universidades estaduais, três federais, e as instituições Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), Instituto Cesumar e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR Paraná). 

Equipe do projeto Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol/UEPG) durante uma das formações. 

Voltado para a saúde, o projeto “Pesquisa e extensão no combate ao câncer de colo de útero em mulheres negras quilombolas do Paraná” foi um dos selecionados da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O enfoque da iniciativa é trazer um maior entendimento sobre a doença, influenciando de maneira positiva a saúde de mulheres negras e quilombolas.

Marcia Holsbach Beltrame, coordenadora do projeto, relata que já participava de outras atividades com grupo de mulheres de comunidades quilombolas no município da Lapa. Com o lançamento do edital, ela viu a oportunidade de receber recursos para colocar em prática o projeto, em conjunto com professoras e alunos da UFPR. Marcia reitera a importância do exercício. “A partir dele, é possível identificar a infecção pelo vírus HPV, lesões no útero e até mesmo o desenvolvimento do câncer de colo de útero”, aponta. Com a identificação precoce da infecção, é possível realizar exames, atentar-se para qualquer possível lesão no útero e iniciar o tratamento médico. 

Da Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila), o projeto “Mulheres catadoras: pedagogia cartonera para o empoderamento” foi selecionado para receber o investimento. O público-alvo são as mulheres que trabalham como catadoras de reciclados em Foz do Iguaçu. Jorgelina Tallei coordena o projeto, que conta com uma equipe multidisciplinar de 12 mulheres. “A intenção é realizar oficinas de formação cidadã, fomentando a consciência política do trabalho dessas mulheres e incentivando a criação de outras políticas públicas”, explica Jorgelina. Além disso, ela evidencia que o incentivo à consciência acerca da desigualdade de gênero perpassa todas as etapas do projeto.

As oficinas do projeto se baseiam na pedagogia dos “livros cartoneros”, livros artesanais e de papelão, desenvolvidos em parceria com artesãos da cidade. Como resultado final do projeto, a equipe pretende também criar uma editora cartonera que sirva como possível fonte de trabalho para as mulheres catadoras. A expectativa é que a editora seja gerenciada com base na economia solidária, com o princípio de autogestão para geração de renda de forma coletiva e democrática.

 

Ficha técnica

Reportagem: Maria Luiza Pontaldi
Imagem: Maria Luiza Pontaldi
Edição e Publicação: Cassiana Luiza Morilha Tozati
Supervisão de produção: Luiza Carolina dos Santos
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Muriel E. P. Amaral


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