Docentes do Departamento de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa repudiam tentativa da secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, de desqualificar o trabalho de jornalistas na cobertura da maior crise sanitária do país, que já resultou em mais de 450 mil mortes. Em depoimento hoje (25) a CPI da Covid, no Senado Federal, a servidora pública caiu em contradição ao afirmar que o jornalista Rodrigo Menegat teria hackeado aplicativo do Governo Federal (depois disse que o app não foi invadido), quando na verdade o profissional fez análise jornalística e embasada da ineficácia da suposta medida de informação oficial sobre a pandemia.
O corpo docente desta instituição pública estadual, preocupado com a formação e qualificação de jornalistas, entende que a citação nominal, duvidosa e descabida configura ataque à categoria profissional e à atividade jornalística assegurada pela Constituição, confirmando subterfúgios diversos do expediente que quadros técnicos e políticos do Governo Federal têm apresentado ao senadores como forma de não prestar contas à sociedade sobre o real papel de agentes públicos no agravamento da crise sanitária.
Ao contrário do que insinua a secretária, até então conhecida pela defesa irrestrita de medicamentos não recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e sem comprovada eficácia contra a Covid-19, cabe ao jornalismo apurar e denunciar essas e outras contradições que contribuam para uma sociedade melhor informada, capaz de maior fiscalização de eventuais desmandos que culminaram numa situação de tal gravidade a que chegou o país.