RIF recebe artigos para dossiê sobre Folkcomunicação em cenários latino-americanos

A Revista Internacional de Folkcomunicação (RIF) recebe artigos, até 20 de setembro, para o dossiê temático “Folkcomunicação em cenários latino-americanos”. A organização do dossiê, que será publicada na edição de dezembro de 2020, está a cargo do professor Dr. Fernando Fischman (Universidad de Buenos Aires, Instituto de Investigaciones Sociales de América Latina – FLACSO/CONICET), do professor Dr. Cristian Yáñez Aguilar (Universidad Austral de Chile) e da professora Dra. Clemencia Leon (Servicio Nacional de Aprendizaje SENA, Colombia).

TEMA DO DOSSIÊ

Embora a proposta conceitual em torno da Folkcomunicação tenha surgido no Brasil na década de 1960 com Luiz Beltrão, nos últimos anos vários processos sociais começaram a ser abordados a partir dessa perspectiva em outros espaços socioculturais da América Latina. Neles se observam “procedimentos comunicacionais através dos quais as manifestações da cultura popular ou folclore se expandem, socializam, coexistem com outros canais de comunicação, sofrem modificações devido à influência da comunicação de massa e industrializada” (HOHLFELDT cit. In JUSTINO, 2013, p. 22).

Em um contexto econômico e social marcado por várias formas de subalternização que afetam identidades culturais, de gênero, de classe, étnicas, migrantes, territoriais e outras, torna-se relevante abordar e tornar visíveis os processos de produção, circulação e consumo, bem como as interações entre comunicação e cultura que explicam vários cenários nos quais os agentes populares encenam e executam processos de reafirmação ideológica. Um exemplo significativo é o das mobilizações atuais em que os ícones de grupos representativos contra a repressão são recontextualizados, como ocorreu nas marchas de outubro de 2019 no Chile, onde os estudantes voltaram a ser muito ativos e aqueles que se manifestaram visibilizaram os “Matapacos”, conectado a alguns cães que acompanharam o protesto. É assim que a rua, os muros, as músicas populares, os cartazes, os memes, a literatura de cordel ou outras manifestações genéricas se transformam em formas de comunicação que constroem, reconstroem e espalham novas imagens e identidades, além de circuitos digitais. Além disso, a grande mídia usa, a partir de seus próprios circuitos, representações sobre identidades, manifestações culturais e grupos sociais subalternizados.

Da mesma forma, o atual contexto de assistência médica resultante do Covid 19 configura uma nova estrutura para a produção desses processos. É um movimento complexo que convida a ser pensado a partir da folkcomunicação mas que, juntamente com abordagens empíricas, também torna relevante a presença de investigações que epistemológica, teórica e metodologicamente estabelecem pontes entre a folkcomunicação e perspectivas adjacentes a problemas e objetos de estudo similares a partir das teorias da comunicação, das culturas e dos estudos folclóricos da América Latina.

Considerando o exposto, convidamos pesquisadoras e pesquisadores de diferentes campos e abordagens disciplinares a dar conta dos variados cenários em que se articulam os processos comunicacionais e culturais, juntamente com reflexões epistemológicas e teórico-metodológicas. Nosso objetivo é colocar a Folkcomunicação em diálogo com outras teorias da comunicação, estudos folclóricos e culturais que enriquecem abordagens para a construção de estudos localizados em diferentes espaços latino-americanos.

Desse modo, convidamos a submissão de artigos nas seguintes linhas e eixos:

L1 Evolução epistemológica, teórica e metodológica

E1 A história da folkcomunicação na América Hispânica

E2 Diálogos entre a folkcomunicação e os estudos folclóricos

E3 Convergências e discrepâncias entre a folkcomunicação e outras perspectivas comunicacionais no continente

E4 Folkcomunicação e estudos sobre cultura na América Latina

L2 Folkcomunicação e meios de comunicação de massa

E1 Representações na mídia hegemônica sobre as práticas culturais de setores subalternizados no contexto de pandemia

E2 Apropriação de elementos culturais populares subalternos na mídia hegemônica

E3 Apropriação de referências e conteúdos dos meios de comunicação massiva em contextos culturais de comunidades subalternizadas ou em contextos de resistência cultural

L3 Comunicação digital e folkcomunicação:

E1 Cobertura jornalística digital sobre identidade(s) e cultura(s)

E2 Redes sociais e promoção de espaços interculturais

E3 Líderes de opinião em espaços de cultura popular

E4 Representações na mídia hegemônica sobre as práticas culturais de setores subalternizados no contexto da pandemia

E5 Análises folkcomunicacionais de fake news

E6 Manifestações populares em rede no contexto da pandemia do coronavírus

E7 Recontextualização de discursos xenófobos e racistas nas redes sociais

E8 Mapeamento de manifestações da cultura popular na Internet

E9 A força da opinião pública do meme

L4 Comunicação, cultura popular e movimentos sociais:

E1 Cultura e folclore como mecanismos de protesto na América Latina

E2 A cultura popular na construção de novos imaginários de resistência

E3 Iconografia popular como elemento de reafirmação ideológica

E4 O uso de elementos populares nos novos discursos sobre a cultura matriarcal e patriarcal

E5 Reconhecimento de novas identidades e direitos a partir das manifestações da cultura

E6 Recontextualizações contemporâneas de práticas e discursos populares na América Latina

SUBMISSÕES

Os artigos podem ser submetidos em português, espanhol ou inglês até o dia 20 de setembro, diretamente pelo sistema on-line da revista, no endereço revistas.uepg.br. Os textos, de 12 a 15 páginas, devem conter resumo em português, inglês e espanhol entre 5 e 10 linhas, além de três a cinco palavras-chave que expressem os conceitos centrais do texto. A formatação dos trabalhos deve ser feita conforme template disponível nas diretrizes aos autores, no site da Revista.

A RIF recebe também artigos sobre temas gerais, entrevistas, ensaios fotográficos e resenhas relacionados à folkcomunicação e à cultura popular em fluxo contínuo. Editada pelo PPG Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, em parceria com a Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação, a revista mantém periodicidade semestral e publica a cada edição um dossiê sobre tema relativo aos estudos folkcomunicacionais.

 

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