Ecletismo arquitetônico em Ponta Grossa, a mansão Vila Hilda

Ecletismo arquitetônico em Ponta Grossa, a mansão Vila Hilda

Segundo Jaqueline V. C. Pedone (2005, p. 135) “o Ecletismo em Arquitetura pode ser considerado como o procedimento que buscou inventar uma arquitetura adaptada aos novos tempos, por meio do uso de elementos e de sistemas escolhidos na história da arquitetura, com o objetivo de criar novas composições”. O estilo eclético arquitetônico brasileiro, que emergiu com mais força no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, seguiu tal procedimento e misturou diferentes influências e linguagens estéticas na construção, como o barroco, o neoclássico, o art nouveau, entre outras.

Nos Campos Gerais, especificamente na cidade de Ponta Grossa, tem-se um exemplo ilustrativo de construção eclética, a Vila Hilda. O imóvel, hoje denominado “mansão”, foi construído na década de 1920. O proprietário, Alberto Thielen, filho do proprietário da Cervejaria Adriática, foi quem deu esse nome à construção em homenagem à esposa Hilda.

A propriedade seguiu os padrões de uma época em que a modernidade e a busca do embelezamento da cidade eram sinônimo da mescla de variadas tendências artísticas, por isso o termo ecletismo para definir o padrão estético da Vila Hilda. Além disso, o Código de Posturas de 1915 preconizava que as edificações tinham que ser construídas não apenas tendo em vista o respeito à “higiene e segurança das obras”, mas também deveriam garantir o “embelezamento da cidade e de seus arrabaldes” (CÓDIGO DE POSTURAS DE PONTA GROSSA, 1915).

No Livro Tombo Histórico da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná o processo n.º 03/90, inscrição n.º 99, de 10/05/1990, está registrado sobre a Vila Hilda:

Localizada na Rua Júlia Wanderley, 936, foi construída no centro de amplo terreno de esquina; está organizada em três níveis: o porão alto, o pavimento principal e os torreões. O vocabulário ornamental é eclético: o bloco de embasamento correspondente ao porão alto tem os parâmetros externos revestidos à bossagem, já o principal é decorado com aplicações de massa em alto-relevo, com inspirações florísticas: guirlandas sob as janelas e frisos de flores encadeadas sob a cornija superior.

Conforme aponta Maiara Garbuio (2018, p. 22), “a propriedade foi adquirida pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PR) em 1968, quando passou a sediar a Biblioteca Pública Municipal Professor Bruno Enei, e tombada em maio de 1990 como Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Estado do Paraná”. 

A partir de 1996 o imóvel passou a ser a sede da Fundação de Cultura, órgão ligado à prefeitura da cidade de Ponta Grossa.

FONTES

Código de Posturas Municipais de Ponta Grossa, 1915.

REFERÊNCIAS

GARBUIO, Maiara. A Conservação da Mansão Vila Hilda, do Colégio Regente Feijó e da Estação Paraná: um Princípio Fundamentado pela Sociedade. Revista Perspectiva Geográfica– Campus Marechal Cândido Rondon, v. 13, no. 18, p. 15-31, jan.-jun., 2018.

PARANÁ (Estado). Secretaria de Estado da Cultura. Espirais do Tempo– Bens Tombados do Paraná. Curitiba, Paraná, Brasil. 2006.

PEDONE, Jaqueline Viel Caberlon. O espírito eclético na arquitetura. ARQTEXTO, UFRGS nº6, 2005, p.126-137.

Autora: Carmelinda Conti dos Santos

Acadêmica do 4º ano do Curso de Licenciatura em História da UEPG

Ano: 2018

Revisão: 2019

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