
Aula Técnica de Química Forense na UEPG aproxima acadêmicos da realidade pericial
No dia 30 de maio de 2025, os acadêmicos da disciplina de Medicina Legal do curso de Bacharelado em Direito da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) participaram de uma Aula Técnica de Química Forense, conduzida pela professora Dra. Suellen Aparecida Alves. Professora efetiva da UEPG e renomada profissional na área da Química, a docente é doutora em Química Analítica pela Universidade de São Paulo (USP) e pela University of Southampton (Reino Unido), com pós-doutorado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde atuou no prestigiado Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC).
A atividade foi realizada no Laboratório de Química da UEPG e contou com a participação de mais de 50 estudantes. O encontro técnico aprofundou os conhecimentos dos acadêmicos em torno de métodos de identificação de substâncias tóxicas e venenosas, análise de fluidos biológicos e detecção de vestígios materiais aplicáveis à cena do crime.
Durante a aula, a Dra. Suellen demonstrou técnicas modernas utilizadas na coleta, localização e análise de evidências químicas e biológicas, destacando o uso de reagentes como o luminol, aplicado na revelação de vestígios de sangue ocultos em locais de crime. Foram apresentados também métodos clássicos e instrumentais de análise laboratorial, como cromatografia e espectroscopia, voltados à identificação de drogas, venenos e resíduos tóxicos em amostras reais.
A atividade contou com a participação ativa dos membros da Chimera Júnior, empresa júnior do curso de Química Tecnológica da UEPG. Fundada em 2017, a Chimera Júnior é uma associação sem fins lucrativos composta por estudantes do Bacharelado em Química Tecnológica, um dos cursos mais bem avaliados em nível estadual e nacional.
Os acadêmicos de Química Valéria Engel de Camargo, Raffaela Carvalho Garcia, Rafael Ryotti Yassuda e Gabriel Tortatto deram um show à parte, atuaram diretamente no suporte aos acadêmicos de Direito, auxiliando nas práticas e esclarecendo dúvidas técnicas, o que tornou a aula verdadeiramente prática.
Os estudantes de Direito, inclusive, “colocaram a mão na massa” — realizando experimentos, simulando coletas e observando reações químicas aplicadas à investigação criminal.
“Compreender como funcionam os métodos de análise pericial é essencial para avaliar criticamente os laudos técnicos em processos judiciais. Um bom advogado ou magistrado deve ter clareza dos limites e alcances dessas provas científicas.”
— Dra. Suellen Aparecida Alves
Muitas vezes, ao se deparar com o nome da disciplina de Medicina Legal, imagina-se que o estudante de Direito irá aprender conteúdos próprios da medicina. No entanto, essa percepção não corresponde à realidade. O foco da disciplina está no estudo das ciências forenses, que se relacionam diretamente com a produção e interpretação da prova técnica nos processos judiciais, bem como com a elucidação de crimes. As aulas são compostas por aproximadamente 70% de conteúdo jurídico, voltado à interpretação da prova técnica no processo penal, e 30% de conteúdos científicos, divididos entre química, física, biologia e medicina aplicados a temas como cadeia de custódia, formação pericial, balística, toxicologia, análise de armas brancas e avaliação de vestígios materiais e biológicos. A este respeito, é forçoso afirmar que os conteúdos relacionados à medicina representam menos de 5% da carga total da disciplina, focando aspectos pontuais como causas de morte, lesões e identificação humana, sempre com ênfase na sua função como prova técnica.
“Foi impressionante entender como substâncias invisíveis a olho nu podem ser reveladas e analisadas com precisão. O uso do luminol para encontrar vestígios de sangue, por exemplo, nos mostra a relevância da ciência para a construção da verdade no processo penal.”
— Julia Graziela Rodrigues
“A aula foi extremamente didática e rica em conteúdo técnico. Perceber como se detectam venenos ou fluidos biológicos em ambientes contaminados amplia nossa compreensão da perícia forense.”
— Lucas Ferreira de Oliveira
“Foi muito interessante perceber como um simples vestígio pode ser transformado em prova concreta por meio da ciência.”
— Everlin Kauane Silva Rosa
“Compreender como a química forense contribui para o processo penal nos mostra que a atuação no Direito deve ser responsável, fundamentada e sensível aos detalhes técnicos.”
— Pamella Cristina Ribeiro
“A possibilidade de ver, tocar, experimentar e discutir os métodos usados na perícia trouxe um sentido mais real ao que estudamos em sala.”
— Felipe Ribas
“Essa experiência deixou claro que precisamos conhecer os limites e as possibilidades da prova técnica para atuar com mais precisão nos tribunais.”
— Gustavo Henrique Padilha Bomfim
“Essa aula me fez enxergar o quanto o conhecimento técnico pode impactar na prática jurídica.”
— Angéli Cruziniani
“A possibilidade de ver de perto como se constrói uma perícia é essencial para quem deseja atuar com seriedade no Direito Penal.”
— João Eudes Cruziniani
“Participar dessa aula foi uma experiência transformadora. Isso amplia a visão sobre o papel do jurista na busca pela verdade dos fatos.”
— Emmanuel de Almeida
“A conexão entre ciência e processo judicial é muito mais próxima do que eu imaginava.”
— Renata Machado Santos
Ao final da atividade, os acadêmicos manifestaram grande entusiasmo com a experiência e destacaram o quanto a integração entre teoria e prática contribuiu para a compreensão do conteúdo. Muitos relataram que essa abordagem despertou ainda mais interesse pelo campo das ciências forenses e solicitaram que mais aulas sigam esse mesmo formato teórico-prático.
“A Química Forense permite a tradução objetiva de indícios em provas técnicas. Oferecer essa vivência é um diferencial formativo que prepara nossos acadêmicos para compreender os bastidores científicos da prova penal.”
— Prof. Dr. Everson Manjinski
A iniciativa reafirma o compromisso do curso de Direito da UEPG com uma formação jurídica interdisciplinar e conectada à realidade das ciências forenses, preparando seus estudantes para os desafios da atuação profissional com competência técnica e sensibilidade investigativa.