20ª SNM: painel nesta terça aborda experiência na gestão e pesquisa de acervos

A partir das 14h, no Museu Campos Gerais, o segundo dia de programação da 20ª Semana Nacional de Museus aborda ‘Trajetórias em Acervos’. O painel será ministrado pelos docentes do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Elizabeth Johansen e Ilton Cesar Martins, ambos com experiência em pesquisa e gestão de acervos em arquivos, casas de memória e espaços museais. O evento no Auditório Brasil Pinheiro Machado é gratuito e aberto ao público.

A professora Elizabeth Johansen é Chefe do Departamento de História desde abril deste ano, tem mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná e é doutora em Geografia pela UEPG, além de já ter sido diretora do MCG. O docente Ilton Cesar Martins acaba de assumir a direção de Ação Educativa do MCG. Ele é mestre e doutor em História pela UFPR, tendo realizado pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em História da UEPG.

Noite de abertura

Na noite de ontem (16), a conferência de abertura do evento focou no processo de restauro da sede histórica do MCG. Pela primeira vez, uma palestra faz o detalhamento tanto do projeto arquitetônico, do andamento das obras, bem como dos processos que resultaram na obtenção dos recursos.

A pró-reitora de Planejamento da UEPG abriu as falas, com apresentação da planta do prédio e exibição das adaptações que serão necessárias para atendimento de critérios de acessibilidade. A professora mostrou ainda como deve ficar a divisão de salas nos dois andares e a concepção do prédio anexo também presente no projeto arquitetônico.

A seguir, o juiz federal e professor da UEPG, Antônio César Bochenek ressaltou as diversas finalidades e possibilidades de uso do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. Ele relembrou a histórica aproximação para com a UEPG e conversas com a reitoria da UEPG, a fim de evidenciar formas de colaboração do Judiciário com a instituição. Um desses mecanismos foi o edital que previa preservação e recuperação de antigas sedes da justiça brasileira, no qual a universidade saiu contemplada para restauro da sede histórica do MCG. “Para isso fizemos uma avaliação do que era necessário fazer para o projeto ser aprovado e não era pouca coisa”, lembra.

O reitor Miguel Sanches Neto complementou o debate ao expor o percurso de várias tentativas de recuperação do antigo prédio do museu. “O museu era utilizado até 2003, até não ser mais possível de usá-lo por conta dos riscos e do estado precário do prédio”, recorda. Foi então que o patrimônio histórico determinou que o prédio deveria ser preservado. “A preservação é um dever social da universidade e de toda sociedade”, diz. Para o reitor, o gesto de restauro e preservação é importante também nesse sentido, de mostrar à sociedade um dos compromissos da universidade pública para com o patrimônio da cidade e do estado.

A mesa foi mediada pelo diretor do MCG, Niltonci Chaves, que ao final presenteou o juiz federal Antônio César Bochenek com livro de fotos dos 50 anos da UEPG, baseado em pesquisa nos acervos do museu. Faz parte do livro, aliás, foto da cerimônia de inauguração da então nova sede do MCG, em 1983. O diretor pontuou a linha de atuação que o museu tem adotado desde 2018 e ressaltou importância da manutenção dos dois prédios, da sede atual e da histórica, dentro da ideia de um complexo museal da universidade.

O professor Robson Laverdi, do Programa de Pós-Graduação em História da UEPG, enfatizou a sintonia desse processo com a própria transformação recente da ideia de museus. “Hoje os museus se convertem também em espaços culturais, educativos e de transformação”, diz. Já para o coordenador do PPGH, que também acompanhou o evento, é fundamental comunicar à sociedade todo o processo do restauro e explicar, de forma didática, a aplicação dos recursos – uma vez que vários setores não compreender as demandas técnicas específicas desse tipo de empreendimento e a relevância da preservação do patrimônio histórico. O diretor do Museu de Ciências Naturais da UEPG, Antonio Liccardo, parabenizou a conferência, sobretudo ao prestar informações sobre o que considera uma das lacunas do trabalho de gestão cultural, que é justamente a de se entender melhor e divulgar os meios de obtenção de recursos para projetos.

(com informações de Lívia Hasman, bolsista PIBEX do projeto de extensão Ações Culturais no MCG)

Fotos: Rafael Schoenherr/MCG.

 

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