Jornada ANPUH-PR – “Historiografia e fontes: balanço dos 170 anos do Paraná”, no Museu Campos Gerais

Na última sexta-feira, dia 08, o MCG recebeu a Jornada da ANPUH-PR. O evento teve como principal tema de debate os discursos, as narrativas e as identidades produzidas sobre o Paraná durante seus 170 anos de existência. Foram três mesas ao longo do dia que discorreram sobre a ideia de múltiplos Paranás. As atividades ocorreram no Auditório Brasil Pinheiro Machado, com transmissões simultâneas no Youtube do Museu e que já estão disponíveis na íntegra para todas e todos os interessados (link na bio). Os participantes presenciais do evento acompanharam as mesas de debates e tiveram a oportunidade de ter contato com um acervo de livros didáticos sobre a História do Paraná, disponibilizado nos espaços do Salão Saint-Hilaire do MCG. Estes livros fazem parte do acervo pessoal do Prof. Paulo de Mello (DEHIS/UEPG) sendo tema de seu recente trabalho de pós-doutorado.

A abertura do evento se deu com a presença e falas do reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto; da professora Silvana Oliveira, chefe do Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes; do diretor do MCG, Niltonci Batista Chaves e do professor e diretor da ANPUH-PR, Paulo Eduardo Dias de Mello. As falas tiveram como foco a importância e potencialidade dos diálogos contínuos entre o Museu e instituições de ensino e pesquisa em História, assim como a relevância do MCG como espaço de memória, de divulgação científica e de extensão para os acadêmicos e acadêmicas e para a comunidade ponta-grossense como um todo.

Na primeira mesa do dia, intitulada “Muitos Paranás: a pluralidade das fontes nos arquivos e centros de documentação paranaenses”, que teve como mediadora a chefe do Departamento de História e coordenadora do Centro de Documentação e Pesquisa em História (CDPH/UEPG), Elizabeth Johansen. Participaram das discussões as professoras Liliane da Costa Freitag (UNESPAR/Paranaguá), Méri Frotscher Kramer (UNICENTRO/Irati), Terezinha Saldanha (UNICENTRO/Guarapuava) e o professor José Miguel Arias Neto (UEL). Neste primeiro debate, evidenciaram-se os acervos documentais presentes em centros de documentações como, por exemplo, o CEDOC (Centro de Documentação e Memória), o CDoc. H Litoral (Centro de Documentação Histórica do Litoral do Paraná) e o NDPH (Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica), demonstrando a miríade de fontes possíveis para se pensar e problematizar as historiografias diversas que falam sobre a história do Paraná.

Durante o período da tarde ocorreu a mesa denominada “Existe um Paraná? Percursos Historiográficos Contemporâneos”, mediada pelo professor Antônio Paulo Benatte e composta pelos professores Anegelo Priori (UEM), Hélio Sochodolak (UNICENTRO) e Wander de Lara Proença (UEL). Balanços bibliográficos, recortes de pesquisas historiográficas e produções acadêmicas no âmbito da Historia do Paraná foram analisadas a fim de provocar reflexões como: o que é mais estudado na historiografia paranaense? O que é ser paranaense? Qual ou quais as diferenças nos estudos sobre o Paraná durante contextos histórico-sociais diferentes?

Ao fim da segunda mesa, todas e todos os presentes tiveram a oportunidade de participar de uma atividade cultural especial: uma visita guiada à sede histórica do Museu Campos Gerais. A visitação teve como mediadoras a pró-reitora de Planejamento da UEPG, Andrea Tedesco, a diretora de Planejamento Físico, Emanuele de Almeida, e a engenheira Eloise Langaro, da PRECAM, que contaram sobre todo o planejamento e execução do restauro, assim como os desafios que permeiam uma obra tão importante e arquitetônica como esta.

No período noturno ocorreu a terceira mesa da Jornada. Intitulada “Ensino de História do Paraná nas escolas”, foi mediada pela professora Angela Ribeiro Ferreira e contou com os professores Paulo de Mello e Cyntia Simioni França (UNESPAR/Campo Mourão). Ambos trouxeram para a mesa experiências da própria trajetória docente para expor dificuldades e desafios atuais no ensino de História do Paraná, do fundamental ao nível médio. Reflexões acerca da urgência de uma historiografia decolonial e problematizadora de discursos oficiais que muitas vezes carregam preconceitos foram levantadas e discutidas com o público.

Ao longo do dia, aproximadamente, 150 pessoas acompanharam a programação presencialmente no Museu e fizeram do evento um grande sucesso! O MCG agradece a ANPUH-PR pela parceria!

 

Texto: Niltonci Batista Chaves; Vitor Bomfim Lopes / Diretor do MCG;  Residente Técnico do MCG.

Fotos: Vitor Bomfim Lopes / Residente Técnico do MCG.

Skip to content