De Castro para o mundo

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Bruninha, lateral da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, conta detalhes da carreira e as expectativas para a Copa

 

Bruna Santos Nhaia, ou Bruninha, apelido consagrado, está na disputa pela Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino, que acontece do outro lado do mundo, na Austrália e Nova Zelândia. A atleta leva os Campos Gerais para o gramado internacional: Bruna é a primeira atleta da região a chegar na Seleção Brasileira de Futebol Feminino.

Nascida em Castro, na localidade rural do Tronco, Bruninha logo cedo apresentou seu talento com a bola. De início, jogava no meio dos meninos em escolinhas de futebol do município, e lá começou a se destacar. Desde então, acumula passagens pelo time de base da Chapecoense e pelos times principais do Internacional, do Santos e do Gotham City, nos EUA. Aos 21 anos de idade, possui conquistas pela Seleção sub-20. 

A jogadora conversou com a equipe da Revista Nuntiare, contou sobre as expectativas que possui na estreia do torneio e a história dela na Seleção, que começou há dois anos.

 

Em 2021, você foi convocada pela primeira vez pela Pia Sundhage para integrar a Seleção Brasileira. Qual foi a sensação ao ver seu nome na lista?

Bruninha: A sensação de ser convocada é bem emocionante. Eu imaginava, mas não esperava. Quando eu realmente vi que tinha realizado esse sonho, eu chorei e agradeci muito. Agradeci a alguns professores que me ajudaram bastante nesse processo. É como se passasse um filme na cabeça. Eu imaginava chegar a esse lugar um dia, mas não tão cedo.

 

Qual o maior desafio de estar na Seleção?

Bruninha: O maior desafio da Seleção e da vida é alcançar o sucesso e manter essa constância. Chegar ao topo não é tão difícil quanto se manter. Seguir nas convocações e nas listas é muito difícil. Você precisa estar em alto nível, se cobrar, se dedicar. São muitas coisas que precisam ser feitas e vem muito de você mesmo, da dedicação e da vontade de querer estar lá.

 

Em março você foi convocada para disputar a Finalíssima [torneio entre a campeã da Copa América e a campeã da Eurocopa], mas acabou não sendo escalada. No jogo, o Brasil lutou, mas não conseguiu o título. Diante disso, qual foi o sentimento de ver essa disputa e que expectativas o time tem para a Copa?

Bruninha:  Foi muito emocionante ver o Brasil com a postura que teve, a concentração. A gente tomou o gol, mas erros acontecem e, ali no campo, a gente precisa correr atrás. Mas o Brasil não desistiu, jogou bem para caramba, foi um time que os brasileiros queriam ver para ter expectativa com a Copa. A Seleção se entregou muito bem ali, a gente vê que tem chances na Copa e o espelho disso foi esta Finalíssima. Fiquei muito feliz de ver o Brasil com aquela postura em campo.

 

Apesar da força da Seleção Feminina, ainda há muito preconceito com a modalidade. Você, mesmo tendo uma carreira de sucesso, já sofreu algum tipo de preconceito?

Bruninha:  Por vezes fiquei quieta para muitas coisas, porque sempre tive um sonho, sempre batalhei por isso. Não seria uma pessoa que, talvez, não tivesse o mesmo objetivo que eu, que tiraria isso de mim. Então sempre virei as costas, segui trabalhando, conquistando títulos e muitas pessoas se calaram diante do sucesso, das conquistas, das vitórias, porque viram que deu certo.

 

Agora você está em preparação para o principal torneio de futebol mundial, qual a sensação de poder entrar em campo para representar o Brasil em uma Copa?

Bruninha:  A sensação de entrar em campo pela Seleção, com a camisa amarelinha, já é emocionante. Cantar o hino é emocionante, todo o processo de chegar no vestiário, a entrada no campo, jogar é sempre muito marcante. Porque não é pela gente, é pela nação inteira, é pela força do futebol feminino no Brasil, pela representatividade, visibilidade, valorização e muitos outros quesitos.

Copa do Mundo Feminina 2023

A competição mundial de futebol feminino 2023 é a maior de todos os tempos, o evento conta pela primeira vez com 32 seleções. O formato da disputa será igual ao do torneio masculino. Oito grupos de quatro países, com os dois primeiros classificados, seguem para o mata-mata.

As brasileiras vão a campo a partir do próximo dia 2 de agosto, contra a Jamaica, em busca da classificação para as oitavas de final da competição, após derrota para a França.

Na partida de estreia contra o Panamá no dia 24 de julho, Bruninha entrou em campo no segundo tempo, dando auxílio na vitória por 4×0. A equipe da Revista Nuntiare está na torcida pelas atletas da Seleção Brasileira de Futebol Feminino nesta Copa. Vai Brasil!

 

Com colaboração de Mel Pires e Luiz Cruz

 

FICHA TÉCNICA

Reportagem: Carlos Solek

Edição: Maria Eduarda Eurich e Maria Helena Denck

Foto: Thaís Magalhães/CBF

Publicação: Maria Helena Denck

Supervisão de produção: Luiza Carolina dos Santos

Supervisão de edição: Cândida de Oliveira e Mariel E.P. Amaral


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