Alemães do Volga, estabelecimento em Palmeira

Alemães do Volga, estabelecimento em Palmeira

Na década de 1870 muitos dos alemães residentes às margens do Rio Volga, na Rússia Imperial, viram-se obrigados a abandonar o território devido às tentativas do czar Alexandre II em obrigá-los ao serviço militar e ao pagamento de impostos diversos. Os grupos de alemães desta região  estavam isentos das duas obrigações desde que ali haviam se estabelecido em meados do século XVIII ao tempo da czarina Catarina II, de origem alemã .

Aos poucos, diante do nacionalismo que emergia com o fortalecimento do lema “a Rússia para os russos” (BACH, 2004, p. 11), os habitantes germânicos do Volga passaram a ser vistos com hostilidade. Dessa feita, uma boa parte deles  decidiu migrar em direção para outras terras. Os solos férteis da América do Sul, neste contexto, atraíam muitos imigrantes europeus , conforme evidenciavam as propagandas em prol da imigração para o Brasil.

Segundo Bach (2004, p.12), muitos alemães do Volga que vieram para a região de Palmeira acreditavam que na “distante terra brasileira” não havia inverno, que as uvas cresciam “atrás das cercas”, que pêssegos emergiam “em árvores altas” e que na nova região de moradia as maçãs e os figos eram “bem vermelhos”. Com tal expectativa, quase mil imigrantes aportaram na Colônia Sinimbu, na Vila de Palmeira, no decorrer do 1º semestre de 1878. Desta colônia se originaram diversos núcleos, sendo os seguintes destinados aos católicos: Pugas, Lago, Santa Quitéria e Alegrete. Os protestantes, por sua vez, fixaram-se em Papagaios Novos e Quero-Quero.

Mapa demonstrativo dos “Núcleos estabelecidos na Colônia Sinimbu com Russos-Alemães na Vila de Palmeira”, publicado no jornal O Dezenove de Dezembro em 17 de outubro de 1878 (p. 2) informava que em todos os agrupamentos coloniais ali existentes havia um total de 762 colonos distribuídos em 240 famílias. Os católicos somavam 471 indivíduos e os protestantes, por sua vez, eram em número de 291. Animais também foram registrados: 248 vacas, 216 bois, 128 cavalos, 150 porcos  e 1075 galinhas.

FONTES

O Dezenove de Dezembro, 17 de outubro de 1878.

REFERÊNCIAS

BACH, Arnoldo Monteiro. Alemães do Volga no Pugas. Gráfica Planeta: Ponta Grossa, 2004.

Autor: João Antonio Machado

Acadêmico do 4º ano do curso de Bacharelado em História da UEPG

Ano: 2018

Revisão: 2019

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