Colônia Terra Nova, Castro

Colônia Terra Nova, Castro

Núcleo de colonização alemã estabelecido no município de Castro. Ocupou a antiga Fazenda Marilândia, propriedade de Jerônimo Cabral Pereira do Amaral, que foi vendida em 18 de julho de 1933 com cerca de 1300 alqueires de suas terras para a Sociedade de Colonização no Estrangeiro (Gesellschaft für Siedlung im Auslande), com sede em Berlim. Parte dessa negociação foi feita por intermédio do cônsul alemão em Curitiba, que teve um importante papel na idealização do povoamento junto à Sociedade de Colonização naquele momento. Segundo O Castro Jornal, em sua edição de 8 de julho de 1933 (p.3):

“Há duas semanas, mais ou menos, chegou a esta cidade a primeira leva de colonos alemães para a futurosa colônia em organização na fazenda Marilândia. Terra Nova foi o nome escolhido pelos colonos alemães para a terra que lhes vai servir de segunda pátria ( … ). Os trabalhos de medição e demarcação dos lotes, construções de casas, divisas, etc. procede com intensidade na nova colônia, que deverá receber, dentro de poucos dias, mais 70 colonos que se acham em viagem para cá”.

A colônia chegou a ser composta por 116 famílias. Foi dividida inicialmente em duas partes, Terra Nova Maracanã, que recebeu imigrantes alemães que já residiam no Brasil, oriundos principalmente dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e Terra Nova Garcez, destinada a receber imigrantes que buscavam sair da Alemanha, motivados pelo cenário econômico alemão e, sobretudo, decididos a abandonar o país por questões políticas derivadas da ascensão do partido nazista liderado por Adolf Hitler.

Dentre os imigrantes que se estabeleceram em Terra Nova Garcez, muitos não eram agricultores, mas cidadãos com variadas profissões liberais que enfrentaram as incertezas da imigração em país desconhecido, envolvendo-se nas atividades do trato com a terra, uma vez que imposições foram feitas aos que decidiram ali se instalar: partir da Alemanha com um núcleo familiar e, uma vez estabelecidos na colônia, dedicar-se à agricultura pelo período mínimo de dois anos. Cada lote de terra na colônia era composto de 12 alqueires, divididos em terras para cultivo, pasto e aldeamento. Na chegada, os imigrantes receberam uma casa provisória, sementes e alguns instrumentos necessários para a agricultura.

Os colonos e seus descendentes que residem em Terra Nova ainda hoje buscam preservar traços da cultura imigrante, pela preservação da língua materna alemã, pela gastronomia e pela valorização de ritos religiosos, católicos ou luteranos.

FONTES

Castro Jornal, 08 de julho de 1933.

REFERÊNCIAS

GUIMARÃES, Claúdio Jorge. Colonização Alemã na Terra Nova. Castro: Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1993.

HUBERT, Alexandre Floriano. Terra Nova: Amor e Trabalho na Colônia. In: Jornal de História. DEHIS: UEPG, 1998.

HUBERT, Alexandre Floriano. Expressões étnicas de imigrantes alemães e seus descendentes na colônia Terra Nova. Monografia de conclusão (Pós-graduação em Cultura e História) – UEPG, Ponta Grossa, 2000.

Autor: William Vinicius Vasco

Acadêmico do 4º ano de Licenciatura em História UEPG

Ano: 2018

Revisão: 2019

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