Exposição itinerante de Elizabeth Titton fica até julho no MCG

Muirapiranga representa cultura indígena e debate temas atuais

 

A artista Elizabeth Titton responde pelas obras expostas no Espaço Cultural Debret, do Museu Campos Gerais. As esculturas fazem parte da exposição “Muirapiranga” e representam árvores fantásticas, uma forma de debater a maneira como os seres humanos só estão interessados em representações da natureza, não na natureza real. A árvore amazônica Muirapiranga, que possui madeira avermelhada utilizada na produção de instrumentos, inspirou o nome da mostra. A artista produziu também  litogravuras de pinturas corporais e de mitologias dos indígenas do Xingu.

 

Trajetória artística

A escultora nasceu em São Paulo, porém mora em Curitiba desde seus oito anos de idade. Artista há 40 anos, Elizabeth começou sua trajetória ao visitar ateliês de arte do Parque São Lourenço, na capital. Foi só aí que a até então administradora hospitalar passou a esestudar artes, cursando Pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). No segundo ano do curso, a artista representou o Brasil na Bienal da Pequena Escultura, em Budapeste, na Hungria.

Elizabeth já foi diretora do Museu de Arte Contemporânea, de Curitiba. Atuou na docência na EMBAP por um período de 16 anos. A artista anteriormente trabalhou com máscaras dramatúrgicas do teatro e, agora, escreve uma coluna no jornal “HojePR”, onde às terças debate a pergunta “Arte Importa?”.

 

Produção das esculturas da “Muirapiranga”

Quando se trata de esculturas, Elizabeth trabalha com diversos materiais, como bronze, madeira e cerâmica. Suas obras hoje expostas no MCG são produzidas com aço, a partir do corte a laser. A escultora relata que além das peças pequenas, já produziu esculturas que variam de três a cinco metros de altura, algumas delas expostas no Parque das Esculturas do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba. Apesar do corte a laser ser feito em segundos, o processo de produção dessas obras leva em torno de cinco anos.

Primeiro, Elizabeth desenha a escultura, que então passa para outro artista que a transforma em uma versão 3D. Assim, a obra vai para a indústria, onde pequenos mas muitos detalhes são decididos, desde a grossura do aço até o número de parafusos utilizados para sua montagem. O acervo do “Muirapiranga” já estava pronto desde 2019, mas por conta da pandemia, sua exposição foi adiada.

 

Inspiração e contribuição artística

“Quanto mais você cria, mais ideias você tem para criar”, é como Elizabeth Titton resume sua fonte de inspiração para as suas obras. Algumas de suas produções se encontram em acervos de outros museus, tais como o Museu Oscar Niemeyer (MON) e o Museu de Arte Contemporânea, ambos localizados em Curitiba.

Elizabeth acredita que expor suas artes não só contribui para a cultura, mas também funciona como uma retribuição a toda inspiração que ela já a proporcionou, inspirando assim outros artistas. Seu principal objetivo é encantar as pessoas e fazer elas pensarem, agregando à sua arte um sentido político, estético e cultural.

 

Incentivo, promoção e serviço:

“Muirapiranga” é um projeto do Programa de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE) do Governo do Estado do Paraná. Patrocinada pela Havan e apoiada pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (PROEX) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a exposição começou como uma itinerância em Cascavel. “Muirapiranga” também já passou por Toledo e, no dia 29 de maio, inaugurou no Museu Campos Gerais. As obras ficarão expostas por dois meses, até o dia 29 de julho. A visitação é gratuita e não necessita agendamento.

 

Texto: Mariana Borba / projeto Ações Culturais

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