Universidade e crítica no centenário de Wilson Martins

O professor, tradutor e crítico literário Wilson Martins completaria 100 anos nesta semana. Nascido em 3 de março de 1921, em São Paulo, muda-se com a família para Curitiba nos anos de 1930. Forma-se em direito pela Universidade do Paraná (UP), em 1943. Quase dez anos depois, torna-se professor na mesma universidade e conclui doutorado em Letras. Além da carreira acadêmica, Wilson Martins consagra-se como crítico literário, tendo publicado em jornais como O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, O Globo e Gazeta do Povo.

Em 1° de março de 1951, profere discurso da aula inaugural na Faculdade de Filosofia da Universidade do Paraná: “O pensador paranaense inicia sua aula inaugural afirmando que existia um movimento de revolta contra a inteligência. No início da década de 1950, a trajetória acadêmica e intelectual desse pensador estava se iniciando. Sua produção ganhou relevância a partir dos anos de 1960, culminando, ao final do século XX, como autor de uma considerável quantidade de obras” (CAMPOS, 2012, p. 126). Uma das críticas se dirige à tendência profissionalizante do ensino superior em detrimento da formação humanista.

“A trajetória de Wilson Martins está associada também aos espaços da imprensa e do próprio serviço público. Em 1937, trabalhou como revisor na Gazeta do Povo. No ano seguinte trabalhou no jornal Diário dos Campos, da cidade de Ponta Grossa [tendo estudado no colégio Regente Feijó]. Em 1942, começou sua atividade de crítica no jornal O Dia, de Curitiba” (CAMPOS, 2012, p. 131). Martins compunha o grupo da revista literária Joaquim e mais tarde ocuparia cargos públicos.

Entre os anos de 1966 e 1991, leciona na cadeira de literatura brasileira na universidade de Nova York. Volta a viver em Curitiba e continua colaborando com crítica literária nos principais jornais do país.

Publica entre 1976 e 1979 os sete volumes de sua principal obra, História da Inteligência Brasileira – produzida a partir de sua biblioteca (parcialmente exposta no MCG) e do seu sistema de catalogação, em fichário também presente na exposição ‘Intelectualidades – trajetórias de Wilson Martins’.
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Fontes:
Wilson Martins faleceu em Curitiba (PR), em 30 de janeiro de 2010.
CAMPOS, Névio de. Wilson Martins: entre a intelligentsia e a universidade (1951). Revista Brasileira de História da Educação, vol. 12, n. 1, 2012, pp. 113- 144.

WILSON Martins. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2707/wilson-martins>. Acesso em: 03 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.

 

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