No mês da mulher, UEPG realiza atividades acadêmicas e culturais

Para elas e por elas. No mês da mulher, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) preparou uma programação voltada ao debate sobre direitos de desafios de mulheres na sociedade. A programação também contou com atrações culturais e ações voltadas à conscientização contra a violência de gênero que reforçam o significado da data. As ações da UEPG para as mulheres aconteceram em diferentes espaços da universidade: além de atividades nos dois campi, coordenadas pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp), ocorreram atividades nos hospitais universitários, no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic-UEPG) e na Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex).

Luta e conscientização

O dia 8 de março é, além de uma data comemorativa, um momento de conscientização e combate às violências contra as mulheres. Pela primeira vez no Campus Uvaranas aconteceu a palestra “O que você estava vestindo?”, fruto da exposição do mesmo nome. Com presença de servidoras e alunas, a professora coordenadora da iniciativa, Marcela Teixeira Godoy, trouxe falas e dados a respeito de assédios sofridos por mulheres no cotidiano. Os presentes puderam se informar sobre quais são os canais para denunciar e como identificar violências que podem acontecer no dia a dia.

“O assédio, muitas vezes, é velado, instrumentalizado e naturalizado, então estamos aqui para que as pessoas identifiquem esses conceitos, saibam que elas não estão sozinhas e que têm a quem recorrer”, ressalta. O objetivo, também foi mostrar o lado bom do projeto, segundo Marcela. “Muitas meninas e meninos se livraram de relacionamentos abusivos por meio do nosso projeto, que conta com alunos e profissionais da saúde. Com a nossa iniciativa, houve a compreensão da própria realidade, o aprendizado para não cair em armadilhas que naturalizam o assédio”, finaliza.

O curso de Jornalismo promoveu, na manhã de sexta-feira, roda de conversa com as jornalistas egressas Bianca Machado e Aline Rios, que apresentaram aos alunos relatos de situações de assédio no ambiente profissional, formas de identificar e previnir estas ocorrências. “O que as profissionais vão enfrentar no exercício da profissão deve orientar nossas discussões. O dia 8 de março é um dia de luta, por isso achamos importante abordar o tema”, destaca a professora Karina Janz Woitowicz, uma das coordenadoras da atividade. Ela explica que o objetivo da iniciativa é pautar o tema de forma mais efetiva, em forma de ações práticas que envolvam empresas e profissionais, a fim de criar condições para prevenir e apurar casos de assédio contra jornalistas e estudantes.

A jornalista Aline Rios, diretora do Sindicato dos Jornalistas do Paraná, reforça que abordar a temática do assédio e formas de combatê-lo é missão da Universidade. “Atualmente, as mulheres são a maioria no Jornalismo. As diferentes formas de assédio nos desafiam a pensar estratégias de enfrentamento, o que passa por trazer informações para as pessoas saberem identificar e saber o que eu fazer em situações de assédio”. Para ela, é essencial realizar este trabalho de preparar as estudantes para enfrentar situações de violência.

Debate em sala de aula

O ambiente escolar também é espaço para discussão de temas importantes, como a conquista de direitos pelas mulheres. Com esta ideia em vista, a equipe pedagógica do Caic promoveu na última quina-feira (07) uma roda de conversa com as servidoras e professoras, com entrega de brindes.

A diretora do Caic, professora Roseane Silva, explica que o momento permitiu apresentar às mulheres presentes o contexto histórico da celebração. “Todas as ações que trazem reflexão sobre o papel da mulher na sociedade sempre serão bem-vindas. E por trás desta data, há uma história de luta, de reivindicação por direitos. O encontro foi oportuno para refletir sobre esse contexto histórico, o quanto avançamos e o que ainda precisa avançar”. Ela reforça que o diálogo buscou exaltar a força das mulheres.

Noite de cultura

A programação para o Dia Internacional da Mulher encerrou com atrações culturais produzidas por artistas mulheres ligadas à UEPG. As exposições “Reminiscências”, de Cássia Gonçalves, e “Dos lugares que eu vejo”, de Patrícia Camera, estrearam na Galeria da Proex na noite de sexta-feira. As exposições ficam em cartaz até 05 de abril.

Patrícia, que é professora do curso de Artes Visuais da UEPG, destaca que a Proex é um espaço aberto, que tem o objetivo de trazer pluralidade de olhares por meio de suas atividades culturais. “Agradeço o uso deste espaço para trazer nosso olhar e nossa vivência. Na minha exposição, trago o recorte de um trabalho de vinte anos com fotografia, com algumas obras que destacam o olhar feminino”. Ela reforça que, por trás das ações culturais da UEPG, há um trabalho pedagógico desenvolvido com a comunidade.

Para Cássia Gonçalves, professora do Departamento de Química da UEPG, realizar sua primeira exposição artística no Dia da Mulher é motivo de grande satisfação. “Eu produzi as pinturas durante minha adolescência e nunca tinha feito exibições. Foram todos os elogios e incentivos que recebi que me fizeram estar aqui hoje e me encorajaram a voltar a produzir arte. Sou muito grata pela oportunidade”, celebra a artista.

Valorização e cuidado 

As servidoras dos hospitais universitários da UEPG foram recebidas com deliciosas surpresas na última sexta-feira. O Hospital Universitário (HU) e o Hospital Materno Infantil (Humai) promoveram um almoço para as mulheres, com espaço de fala aberto para a troca de experiências entre as funcionárias, e um café da tarde. A coordenadora do setor de Cozinha do HU, Patrícia de Miranda, afirma que a experiência foi muito gratificante. “Muito bom o sentimento de ver a equipe contente. Ver a satisfação no rosto das mulheres do nosso hospital nos trás muita satisfação”, comenta a servidora.

“Somos mulheres todos os dias. Somos mães, avós, filhas, então é justo ter um dia para sermos celebradas. E no hospital somos essenciais, pois trazemos mais sensibilidade aos serviços prestados à população”, comenta a auxiliar de laboratório Marileia Pereira. Para ela, o almoço foi uma ótima maneira de homenagear as mulheres que ali trabalham.

A agenda especial também teve bem-estar e autocuidados. Promovidos pela Progesp, em parceria com o projeto de extensão Liga Acadêmica de Tecnologia Aplicada à Saúde (Latas), do curso de Farmácia, as sessões de serviços de beleza envolveram proporcionar às servidoras da UEPG uma limpeza de pele, seguida de uma oficina de automaquiagem com revendedoras de empresa de cosméticos. As sessões aconteceram no Ambulatório do Campus Uvaranas, no dia 7; no Hall da Reitoria e no Ambulatório do Campus Central, no dia 8.

A professora do Departamento de Farmácia, Patricia Mathias Döll Boscardin, explica que a adesão das servidoras foi bem maior este ano. “Ano passado, a gente atendeu as servidoras no dia da mulher e no dia das mães fazendo a limpeza de pele express, que é uma limpeza de pele mais superficial. Mas esse ano é a primeira vez que a gente está fazendo no saguão da Reitoria. Aqui como é uma área de circulação, muitas servidoras acabam passando, olhando e já queriam parar enquanto a gente estava montando os materiais e equipamentos”, explica.

Bruna Aparecida Jeremias é servidora da UEPG e nunca tinha feito limpeza de pele. “Eu achei maravilhoso, gostei! A pele ficou mais leve, ficou mais macia e mais bonita”. Sobre a iniciativa da Progesp em parceria com as alunas dos cursos de Farmácia e Enfermagem da UEPG, ela diz que “foi ótimo, para deixar as mulheres mais inspiradas, com a autoestima lá em cima”.

A acadêmica Gabriela Cardoso participou da ação com a destreza de quem já faz isso há muito tempo. “Ano passado, a gente teve ação no terminal e eu acabei participando. Foi maravilhoso, porque você vê nos olhos das pessoas que não podem ter esse cuidado diário, elas tendo isso pela primeira vez, tendo um pouquinho de atenção num dia bem turbulento. Elas falavam ‘ah, meu dia estava difícil, então hoje receber isso me ajudou bastante’. É muito gratificante a gente fazer e contribuir, porque não é uma questão só estética, é uma questão de cuidado emocional”.

Patricia conta que a maioria das acadêmicas que vieram oferecer às servidoras um momento de autocuidado é do curso de Enfermagem. Isso se deve ao fato de ser a primeira vez que a disciplina de diversificação “Estética na Enfermagem” está sendo ofertada para o curso. “Na Farmácia, nós temos um projeto de extensão que se chama Latas e nesse projeto a gente ensinava alguns procedimentos, a gente ensinava um pouco da parte de saúde, estética, e fazia ações extensionistas para a população, para servidoras. Esse ano, a gente juntou algumas dessas acadêmicas que já eram extensionistas com as acadêmicas de Enfermagem que estão cursando a disciplina”.

Segundo a professora, a ação no terminal de ônibus rendeu mais de 200 atendimentos à comunidade. No dia 8, no hall da reitoria, o resultado foi um sorriso no rosto e felicidade para o resto do dia das servidoras. Bruna confirmou: “vou trabalhar agora toda linda e maravilhosa!”.

Texto: Gabriel Miguel | Apoio: Amanda Santos, Domitila Gonzales, Gabriel Miguel, Jéssica Natal | Fotos: Amanda Santos, Domitila Gonzales, Gabriel Miguel, Jéssica Natal

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