O Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPG-BioEvol) foi criado em 2007 e reformulado em 2013. Oferta o curso de Mestrado, e recebe conceito 3 pela Capes. Sua área de concentração é Biologia Evolutiva, e tem uma única linha de pesquisa, em Biologia Evolutiva. O PPG-BioEvol é um programa em rede, em conjunto com a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).
A parceria entre as universidades se deu pelo fato de em ambas existirem professores que desenvolviam pesquisas com foco evolutivo, mas de forma independente. A união destes professores em um único mestrado fortalece a estrutura laboratorial da UEPG e da Unicentro e potencializa a obtenção de recursos. Além disso, pode servir à demanda por formação de recursos humanos em ciências biológicas na região.
O objetivo do programa é formar recursos humanos e aprimorar o conhecimento técnico-científico dos biomas brasileiros, em especial dos Campos Gerais e do Paraná. Busca formar de profissionais qualificados e capacitados para a pesquisa e docência em Biologia Evolutiva, e para a atuação multidisciplinar das áreas de genética e ecologia, fundamentais para o conhecimento, caracterização, interpretação e conservação da biodiversidade.
A área de concentração “Biologia Evolutiva” tem ampla abrangência, integrando os campos da ecologia, zoologia, botânica, genética e microbiologia. Sua finalidade está em investigar a história da vida na terra e a evolução, observando relações de parentesco e ancestralidade, diversificação e extinção dos seres, origem e ritmo das mudanças adaptativas, sejam de ordem ambiental, comportamental ou da variabilidade e funcionalidade genética. Espera-se compreender melhor nosso ambiente e a biodiversidade, bem como propiciar a sustentabilidade. Da mesma forma, a linha de pesquisa em Biologia Evolutiva estuda a evolução das características das espécies e os mecanismos que levam às mudanças, a variação populacional e a conservação da diversidade.
Essa condensação do programa, para apenas uma linha de pesquisa, é vista como suficiente para suas necessidades, por se tratar de uma área integradora. Dentro da Biologia Evolutiva é possível estudar zoologia, botânica, genética, biodiversidade, e vários campos da Biologia. O diferencial é o viés do trabalho, que deve ser voltado à ecologia e evolução. Alguns exemplos são projetos voltados à conservação biológica, prospecção de soluções ecológicas, sistematização e interpretação da biodiversidade.
O PPGBio-Evol também abre espaço para pesquisas e projetos de caráter tecnológico, como na área de genética forense, para diagnóstico da diversidade e resolução de crimes ambientais e de tráfico animal. Operam pesquisas de prospecção de micro-organismos biodegradadores, desvendam mecanismos biológicos e indicadores que determinam o sexo dos animais, entre outros. Para o coordenador do programa, professor Roberto Ferreira Artoni, o uso de tecnologia é uma importante parte das atividades realizadas.
A internacionalização do mestrado decorre especialmente de parcerias pontuais dos professores para o desenvolvimento de pesquisas em outros países, com pesquisadores da Europa e dos Estados Unidos. Há publicação de pesquisas, participação em congressos e visitas técnicas internacionais, convênios com a Universidade de Lisboa e Universidade de Granada, bem como intercâmbios da OEA. Alunos de países da América Latina participam do programa trazendo trocas de conhecimento de culturas.
O PPGBio-Evol também abre espaço para pesquisas e projetos de caráter tecnológico, como na área de genética forense
As atividades em conjunto com a graduação são marcadas pela iniciação científica. Pesquisas sobre biologia evolutiva e uso do mesmo espaço laboratorial fortalecem a integração entre os dois níveis de ensino. Neste ano, o PPG pretende organizar o primeiro curso de inverno, que tem como público-alvo graduandos da UEPG e de outras universidades. O objetivo é tornar essa união cada vez mais efetiva. Em relação ao ensino médio, o PPGBio-Evol recebe visitas técnicas e projetos de iniciação científica júnior (Pibic-Jr).
O perfil do ingressante é geralmente vindo da iniciação científica, tanto da UEPG quanto de outras instituições, principalmente da região. Eles devem ter conhecimento do método científico, ser críticos e questionadores para solucionar questões no campo da pesquisa. O egresso deve estar qualificado para a docência e pesquisa, capaz de contribuir para o desenvolvimento da área. Em geral, os mestres formados pelo programa seguem na carreira acadêmica e ingressam no doutorado, sendo que muitos conseguem se inserir na educação superior. O professor Roberto Artoni gostaria de expandir a atuação dos egressos para o setor produtivo e fomentar a busca empreendedora por oportunidades e opções de trabalho.
Em nível regional e nacional, o programa tem contribuído para a formação profissional de professores, contribuindo para a educação em diferentes níveis. O PPGBio-Evol já obteve financiamento em projetos e participou de pesquisas em associação com outras universidades e institutos brasileiros. O programa tem convênio técnico e científico com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto de Pesquisa Aplicada em Medicina (INSPAM), Instituto Butantã e Fundação ABC, bem como atividades de intercâmbio com programas semelhantes de pós-graduação do Brasil.
A infraestrutura laboratorial é beneficiada pelos financiamentos junto à Finep e Capes, que possibilitaram a aquisição de equipamentos de alto desempenho. Alguns exemplos de espaços disponíveis na UEPG são herbário, com acervo da flora paranaense e dos campos gerais; Biotério, local de criação de cobaias; Núcleo de Estudos em Meio Ambiente (NUCLEAM) e laboratórios multi-usuários.
O objetivo mais imediato do programa é a criação do doutorado. Em médio e longo prazo, a necessidade é melhorar progressivamente o conceito da Capes, avançar na internacionalização, com maior divulgação científica e mais intercâmbios, aumentar o quadro docente e o destaque dos professores através do desenvolvimento de pesquisas de qualidade. Roberto Artoni acredita que é necessário também acompanhar melhor a inserção dos egressos, para modelar o mestrado de acordo com as necessidades dos formados.
O corpo docente do programa conta com seis professores permanentes e cinco colaboradores na UEPG, e seis permanentes e quatro colaboradores na Unicentro, sendo 21 professores no total. O corpo discente da UEPG tem em torno de 30 estudantes regulares. Em geral, 20% das vagas nas disciplinas são reservadas a alunos de regime especial. O programa oferta disciplinas condensadas, o que facilita o ingresso de profissionais atuantes no mercado. A grade é organizada de forma a oportunizar que essas pessoas tenham acesso ao PPGBio-Evol sem deixar o emprego.
O processo de seleção para o programa é feito anualmente, e consta de três etapas: prova escrita e análise do currículo Lattes, para classificação final, e análise do pré-projeto, para desempate nas vagas de orientação. O mestrado tem duração máxima de 24 meses e é em período integral.
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