UEPG leva pesquisa, extensão e inovação para o Paraná Faz Ciência 2025

UEPG leva pesquisa, extensão e inovação para o Paraná Faz Ciência 2025

Um estande colorido, alunos e professores com sorriso no rosto e muita ciência em cada palavra. Assim, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) marca a participação no Paraná Faz Ciência 2025, o maior evento de divulgação científica do Paraná. De 29 de setembro a 03 de outubro, a instituição esteve em Guarapuava, levando projetos de pesquisa, extensão e inovação aos visitantes. Na 5ª edição, o evento deste ano foi organizado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), sob iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Às 09h da manhã de terça-feira (30), o estande já estava aberto, com materiais dos projetos de pesquisa e extensão dos cursos de Licenciatura em Química e Bacharelado em Química Tecnológica; jogos desenvolvidos pelo Centro de Educação Empreendedora (CEE); óculos de realidade virtual da Virtwell, startup incubada da Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi); materiais de pesquisa em Farmácia; e projetos do curso de Engenharia de Software. As atividades do evento iniciaram após a solenidade de abertura, que aconteceu na noite de segunda-feira (29).

“Estamos vendo aqui a população, estudantes do ensino médio e comunidade universitária, todos felizes, aprendendo e conhecendo as instituições de ensino superior paranaenses”, exalta o vice-reitor da UEPG, professor Ivo Mottin Demiate. “A quinta edição aqui em Guarapuava é um grande sucesso, e a UEPG marca presença, como sempre, trazendo o que temos de melhor”. Demiate esteve no primeiro dia de exposições do Paraná Faz Ciência, conferiu a solenidade de abertura, com o descerramento da faixa, que marcou o início das atividades. Em seguida, a Seti entregou placas em agradecimento às universidades estaduais, pelo trabalho na acolhida dos pesquisadores de universidades da Nova Zelândia, que ocorreu em setembro.

A organização do estande da UEPG ficou a cargo da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp). “O Paraná Faz Ciência é um evento sem igual, porque permite que os pesquisadores e estudantes das universidades estaduais interajam e apresentem para a sociedade uma parcela de tudo aquilo que construímos nos nossos projetos de pesquisa, de iniciação científica, de extensão, nos nossos cursos de graduação e de pós-graduação”, ressalta o pró-reitor da Propesp, professor Renê Hellman. Segundo ele, o evento é uma forma que a universidade tem de prestar contas para a sociedade das boas realizações, além de permitir a interação com estudantes da educação básica, com outros órgãos estatais e com o setor produtivo e de inovação.

A professora Bárbara Fiorin, chefe da Diretoria de Pesquisa, destaca a diversidade de projetos de pesquisa e extensão da UEPG que estiveram presentes no evento. “Na edição do ano passado, tivemos alguns projetos, e neste ano, temos outros. Conseguimos trazer projetos diferentes uns dos outros, pra mostrar a potência da UEPG em todas as áreas”. O CEE levou startups e atividades de educação empreendedora. A diretora do CEE, professora Cleise Hilgemberg, destaca a importância de se levar este tipo de atividades para o Paraná Faz Ciência. “Os alunos estão mostrando aqui a questão de administração, de finanças. A gente está fazendo alguns jogos interativos, até para que o pessoal consiga entender um pouquinho o que é inovação e o que é empreendedorismo, e é muito importante mostrar esse lado da Universidade”, enfatiza.

Pesquisa e extensão

Juntamente com pesquisa e inovação, a Universidade levou extensão. O Programa Ciência e Sustentabilidade, ligado ao Departamento de Química, levou atividades de educação ambiental. “Mostramos uma parte do projeto, falando de sustentabilidade, educação ambiental, do descarte de resíduos, e trabalhamos com os 5 R’s da Sustentabilidade, com jogos e conversa com os visitantes, uma troca superbacana”, explica a professora Luciana de Boer. Para quem é aluno do projeto, participar do evento também foi uma experiência valiosa. Um dos exemplos é a aluna da Licenciatura em Química, Rayane Miranda. “Nós estamos aqui falando do ciclo do plástico, sobre reciclagem, e tá sendo muito legal essa troca. A gente tem alunos de todas as idades passando por aqui, então isso está sendo muito bom pra gente também ter essa interação com pessoas diferentes”, conta.

Além da graduação, pesquisadores da pós-graduação levaram pesquisas que desenvolvem na instituição. Thierry Monchak, mestrando em Ciências Farmacêuticas, trouxe plantas, sementes e microscópio para os visitantes conhecerem formas de extração de componentes vegetais. “Eu trouxe aqui diferentes extratos que eu preparo a partir da folha do pêndulo e da semente, e também trouxe diferentes formas de encontrar a planta. Esse evento é bacana, porque permite que a pessoa tenha o acesso ao conhecimento já desde criança”. Na área das Ciências Exatas e Naturais, o doutorando André Luís Kerek levou informações sobre a pesquisa que desenvolve sobre compostos bioativos com diversas propriedades biológicas. “É a segunda vez que eu participo do Paraná Faz Ciência e tem sido bem interessante. O pessoal vem perguntar bastante sobre as nossas pesquisas, conhecer um pouco mais a UEPG, e a gente tá podendo demonstrar um pouquinho da pesquisa que a gente faz na nossa universidade”.

Museus universitários

Também estavam presentes no corredor reservado aos Museus do Paraná as equipes do Museu de Ciências Naturais (MCN) e Museu Campos Gerais (MCG) – este, participando no estande do Napi Memória e Inovação. Gabriel Lacerda de Souza, historiador do Laboratório Multiusuário de Humanidades Digitais e Inovação (Lamuhdi), explica que a equipe trouxe todo trabalho de digitalização do MCG. “A gente trouxe um pouco dos materiais que a gente utiliza na higienização do acervo, os materiais de segurança, as ferramentas para higienizar os materiais do acervo, alguns objetos que compõem o acervo, como as fotografias em vidro, as fotografias negativas em filme e um pouquinho do processo de digitalização”, conta. Para ele, ver os estudantes interessados nos materiais do estande é valorizar o trabalho do Museu.

O coordenador do MCN, professor Antonio Liccardo, ressalta que as atividades apresentadas pelos Museus são importantes para mostrar a essência da Universidade. “Os Museus guardam objetos que são testemunho das pesquisas, ensino e projetos de extensão das universidades, e isso é a coisa mais importante que nós fazemos. Então guardar essa memória e expor isso ao público é uma questão de democratizar o conhecimento”. Além dos Museus, dos projetos da UEPG participantes dessa edição, estavam presentes: Controle da qualidade de drogas vegetais; Desenvolvimento de substâncias bioativas e novos materiais; Química Analítica Ambiental e Sanitária; Biologia Integrativa e modelagem na produção de não ruminantes; Napi Biodiversidade: Recursos Genéticos e Biotecnologia; Centro de Odontologia Digital (COD);  Desenvolvimento de nanomateriais para impressão 3D; Startup Virtwell; Centro de Educação Empreendedora; e o projeto de Extensão Ciência e Sustentabilidade.

Premiação Prime 

A noite de terça-feira (30) marcou um momento significativo para a ciência do Paraná. O encerramento do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), de iniciativa da Seti, premiou pesquisadores que tiveram iniciativas de destaque. Em parceria com a Fundação Araucária e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae-PR), o Prime nasceu com a missão de aproximar o conhecimento acadêmico do mercado. Para a UEPG, é a primeira vez que o prêmio vem para a instituição, com o projeto liderado pelo professor do Departamento de Ciências Farmacêuticas (Defar) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), Flávio Beltrame. Juntamente com a equipe, ele apresentou uma pesquisa que transforma pele de tilápia em gel cicatrizante para feridas e queimaduras. A primeira fase testou o produto em animais, como gatos e cachorros, e apresentou resultados positivos.

A solenidade contemplou dez projetos, selecionados entre 120 propostas submetidas por pesquisadores de universidades públicas e startups incubadas no estado. “Nós tivemos aulas, mentorias, tivemos que fazer entrevistas com empresários e procuramos empresas e indústrias interessadas no nosso produto. Foram quatro meses de muito trabalho, em que toda a equipe esteve bem comprometida”, destaca o professor.  Cada projeto recebeu um certificado de excelência e um cheque simbólico no valor de R$ 200 mil, totalizando um investimento estadual de R$ 2 milhões, viabilizado pelo Fundo Paraná de Ciência e Tecnologia. “O nosso projeto é bem bacana, e é uma ideia que começou em parceria com pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), alunos e professores. E a gente trabalha com hidrolisado da pele da tilápia, com ação cicatrizante e antimicrobiana”.

Depois de todo o esforço, estudo e resultados satisfatórios na aplicação do gel, Beltrame se diz muito feliz com o reconhecimento. “Foi muita dedicação envolvida, e estamos felizes em poder transferir essa tecnologia para o mercado”. Juntamente com ele, estiveram presentes na premiação a professora do Defar e PPGCF, Priscileila Ferrari e o doutorando em ciências farmacêuticas, Rodrigo Tozetto, que também fizeram parte do projeto. “Estamos, nesse primeiro momento, pensando no produto para animais, expandindo para cavalos, por exemplo, mas em breve planejamos expandir os estudos para aplicação em humanos”, ressalta Priscileila. Segundo Rodrigo, as análises ocorreram in vitro e in vivo, para a elaboração do gel. “Observamos que, com a aplicação do gel, a cicatrização de feridas e queimaduras foi mais rápida, comparado a outros fatores”.

Texto e fotos: Jéssica Natal

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