O programa de Pós-Graduação em Odontologia (PPGO) teve início em 2002, com o Mestrado. O Doutorado foi estabelecido em 2009, fazendo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) a primeira universidade pública do Paraná a ofertar Doutorado em Odontologia. O programa recebe conceito 5 pela Capes.
O objetivo do PPGO é formar mestres e doutores qualificados para ensino, pesquisa e extensão, bem como produzir conhecimentos técnicos e científicos que contribuam para o estudo da saúde bucal, o tratamento de doenças, a análise de materiais e suas aplicações, bem como seu desenvolvimento.
O programa tem duas áreas de concentração: Clínica Integrada e Dentística Restauradora. A primeira é voltada para epidemiologia, diagnóstico e intervenção em saúde bucal. A segunda foi idealizada por professores que ingressaram no departamento de Odontologia e desenvolvem pesquisas na área, integrando-se à pós-graduação. Seu foco é o estudo de restaurações, resinas, adesivos e clareamento dental.
Muitas patentes são desenvolvidas pelo PPGO, relacionadas a novas formulações. O programa se destaca no Estado do Paraná por essa característica. Em média, é gerada uma patente por turma, ou seja, são feitos depósitos anualmente. Uma pesquisa de destaque é sobre a remoção parcial de cáries – método de mínima intervenção, conceito novo na área de odontologia. Esta pesquisa gerou 6 trabalhos no doutorado, que foram publicados em revistas importantes. Na pós-graduação, são feitas pesquisas sobre uso de determinados materiais, estudo longitudinal de restaurações, produção de adesivos e clareamento dental, por exemplo.
Os estudantes do programa são incentivados a participar de congressos e eventos de pesquisa nacionais e internacionais, como os organizados pela International Association for Dental Research (IADR) e pela Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO), e geralmente recebem prêmios e menções honrosas. Em 2014, a doutora formada pelo PPGO, Yasmine Mendes Pupo recebeu o prêmio Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa como melhor tese, concorrendo com trabalhos de todo o país.
As atividades de internacionalização do PPGO trazem destaque para o programa. Recentemente, o professor João Carlos Gomes coorientou uma tese de doutorado desenvolvida em uma universidade portuguesa. Esta primeira experiência de cotutela pode abrir caminho para parcerias semelhantes. Muitos professores participam de pesquisas multicêntricas, que envolvem diversas instituições do país e do mundo. São parcerias tanto na América Latina quanto na Europa, e com pesquisadores dos Estados Unidos e do Japão. O programa recebe muitos alunos estrangeiros, principalmente latino-americanos. Estes alunos retornam a seus países de origem com um bom currículo e ingressam na carreira docente.
Os egressos que atuam no exterior contribuíram para o estabelecimento de uma parceria de pesquisa que integra alunos e professores do PPGO com alunos e professores de universidades do Peru, Chile e Colômbia. O professor João Carlos ministra um curso em Portugal, e o professor Alessandro Dourado Loguércio ministra cursos no Chile e na Colômbia. Também um grupo de alunos do Peru visita o programa anualmente para um curso de imersão, com aulas ministradas pelos estudantes do PPGO. O evento já teve quatro edições.
“Muitos professores participam de pesquisas multicêntricas, que envolvem diversas instituições do país e do mundo”
A estrutura laboratorial do programa inclui oito laboratórios do PPGO, e espaços como Clínica Odontológica, Banco de Dentes, Centro de radiologia e de esterilização. Os alunos também podem utilizar os equipamentos do Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-Labmu) da UEPG. Essa (Boa) estrutura possibilita o desenvolvimento de diversas pesquisas na universidade, inclusive aquelas feitas em conjunto com outras universidades da América Latina.
O corpo docente é composto por 17 docentes, sendo 15 permanentes e dois colaboradores. No total, o programa tem 62 alunos, sendo 36 de doutorado e 26 de mestrado. Atualmente, tem 15 alunos em regime especial, divididos entre duas disciplinas. O número de vagas para disciplinas isoladas é variável, e há muita demanda. O programa tem dois alunos de pós-doutorado.
O perfil do ingressante é geralmente um aluno que participou de iniciação científica na graduação. A maioria é formado na UEPG, mas alguns são provenientes de outras instituições e de países da América Latina. Muitos ingressantes do mestrado prosseguem ao doutorado na própria universidade. Os egressos, em geral, têm boa inserção no mercado de trabalho, tanto como professores colaboradores quanto como docentes de carreira, atuando na UEPG, UEL, UFPR e UFMA, por exemplo. Alguns se tornaram professores de cursos de especialização ou ministram cursos na área de Odontologia. A professora Denise Wambier, coordenadora do PPGO, acredita que isso chama a atenção e é sinal que os profissionais saem bem qualificados do programa.
A pós-graduação e a graduação em Odontologia estão em contato direto através da Iniciação Científica (IC). Os alunos do programa são coorientadores das pesquisas dos graduandos, e são usados os mesmos laboratórios para desenvolvê-las. Uma das exigências do programa é que os professores também se dediquem à graduação e orientem ICs. Conhecimentos disseminados no PPGO frequentemente chegam aos graduandos, através dos estágios de mestrandos e doutorandos nas salas de aula e das próprias atividades de ensino dos docentes.
Em médio e longo prazo, o programa pretende aumentar seu conceito na Capes para 5. Depois disso, para se manter e continuar melhorando, pretende incrementar a produção científica, com mais publicações em revistas deQualis A, ampliar o corpo docente, manter o nível de internacionalização e expandir-se ainda mais. Outra meta é desenvolver e fortalecer a relação com o ensino médio, nova exigência da Capes para as pós-graduações. Os professores do PPGO já orientam alunos de Iniciação Científica Júnior (Pibic-Jr), mas agora precisam pensar em novas formas de contribuir com a educação básica.
O processo de seleção para o programa é anual e inclui análise do currículo Lattes, prova descritiva e prova de inglês. No ato da inscrição o aluno deve indicar para qual área de concentração e linha de pesquisa deseja concorrer.
Linhas de Pesquisa
Área de Concentração Clínica Integrada
Propriedades Físico-Químicas e Biológicas de Materiais
Linha de pesquisa voltada para a avaliação de propriedades físicas, mecânicas e biológicas dos materiais utilizados na confecção de próteses, tanto fixas quanto removíveis (parciais e totais). Também estuda o uso de biomateriais em Odontologia.
Epidemiologia, Diagnóstico e Intervenção em Saúde Bucal
Esta linha realiza estudos epidemiológicos da saúde no Brasil e estudos de mínima intervenção em Odontologia.
Etiologia, Diagnóstico e Tratamento das Doenças Bucais
Pesquisas sobre terapêutica e prevenção de doenças infecciosas, avaliação de parâmetros clínicos e laboratoriais após instrumentação periodontal, bem como uso de fitoterápicos e produtos naturais e farmacologia aplicada à Odontologia (aplicações básicas e clínica).
Área de Concentração Dentística Restauradora
Propriedades Físico-Químicas e Biológicas de Materiais
Linha de pesquisa voltada para a avaliação de desempenho dos diferentes materiais restauradores, estudo das propriedades mecânicas e de união de sistemas adesivos aos substratos dentais, análise da influência dos diferentes sistemas de fotoativação nos materiais poliméricos e avaliação de retentores intrarradiculares. Inclui estudos in vitro sobre clareamento dental.
Pesquisa Clínica em Odontologia
Desenvolve pesquisas de avaliação do desempenho clínico dos materiais odontológicos, efetividade e efeitos adversos do clareamento dental e avaliação clínica de técnicas e materiais restauradores em lesões cervicais não cariosas.
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