Zootecnia promove melhoramento genético de bovinos leiteiros
O Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ) realiza pesquisas sobre produção e nutrição de bovinos, ovinos, suínos, aves e peixes. Um dos grandes destaques está nas pesquisas sobre melhoramento genético de animais. Segundo o coordenador do programa, Wilson Furuya, elas impactam diretamente o trabalho dos produtores, que podem fazer a seleção e reprodução de animais com melhor qualidade e produtividade. Pesquisas nesse sentido tiveram início em 2012, três anos antes da criação do PPZ.
Os trabalhos envolvendo bovinos são a principal vitrine do programa na região. Duas pesquisas sobre bovinos da raça Holandesa estão sendo realizadas atualmente pelo professor Victor Breno Pedrosa. Elas foram concebidas pela parceria entre o programa e a Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH). Segundo Pedrosa, ela é fundamental para o desenvolvimento das pesquisas, além de vantajosa para os criadores. “A Universidade tem uma boa inserção junto às comunidades rurais e os criadores podem se beneficiar das tecnologias trabalhadas no meio acadêmico/científico”. O professor destaca que os resultados das pesquisas já têm sido utilizados para o melhoramento genético nas fazendas do Paraná.
Um dos objetos de investigação é o coeficiente de parentesco entre os animais, para atentar aos riscos de níveis altos de endogamia (acima de 5,5%). “Pesquisas indicam a presença de anomalias congênitas e depressão endogâmica, em que o animal se torna menos produtivo, quando esse tipo de acasalamento é feito com frequência”. Em um primeiro momento, foram coletados dados da APCBRH que resultaram no percentual de 4,9% de endogamia no estado. Segundo o professor, apesar do nível aceitável, é preciso estar alerta para os números não aumentarem. Agora, o desafio é observar se, mesmo com essa porcentagem, os efeitos negativos são observados. Atualmente, três estudantes participam do projeto, sendo uma mestranda.
Outra pesquisa busca estudar a interação genótipo-ambiente nos bovinos da raça Holandesa do Paraná. A teoria inicial era de que a diferença de temperatura entre as regiões do estado pode influenciar na produtividade dos animais. Assim, a produção de leite e gordura das vacas paranaenses foi avaliada a partir de 2015. Os dados foram obtidos a partir da APCBRH, que trabalha com uma média de 40 funcionários no controle das amostras de leite. Os primeiros resultados foram divulgados na metade de 2017, mas não foram impactantes. “A temperatura do ambiente não interferiu o suficiente para que esse fator fosse considerado”, afirma o professor.
Apesar disso, o estudo prossegue para a avaliação a partir dos touros, que deve ter resultados finais no início de 2019. As vacas foram observadas levando em conta o touro progenitor. Até o momento, foi observada uma mudança de comportamento em filhas de dois dos 15 principais touros do estado, com pequena diminuição de produtividade nas regiões mais quentes. Segundo Pedrosa, os produtores devem ser informados de que isso pode ocorrer ao escolher esses touros para a reprodução. Participam desta pesquisa seis estudantes.